sexta-feira, 8 de maio de 2009

CPI indicia Dantas

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Grampos aprovou hoje seu relatório final com o pedido de indiciamento do banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunity. O empresário é o único personagem central da investigação da comissão a ter o nome incluso no texto final. Para a frustração das oposições, os delegados da Polícia federal Protógenes Queiroz e Paulo Lacerda ficaram de fora do texto aprovado.

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Dantas durante depoimento na CPI dos Grampos
A relatora da CPI, deputada Iriny Lopes (PT-ES), afirma no texto aprovado indício de que Dantas contratou empresa de escutas telefônicas para grampear conversas durante a compra da Brasil Telecom pela Telecom Itália. O Grupo Opportunity estava interessado na negociação. Iriny substituiu na relatoria Nelson Pelegrino (PT-BA), que se licenciou do mandato de deputado para assumir a Secretaria de Justiça da Bahia.


Inversão de valores

O relatório aprovado retifica, na medida do possível, a inversão de valores em que o banqueiro, seriamente incriminado e já com uma condenação nas costas, por tentativa de suborno de um agente federal, passou a ser tratado como vítima. E os investigadores dos indícios e evidências dos crimes passaram a figurar como os vilões, por excessos supostos ou reais, como a exibição de presos algemados.


Além do indiciamento de Dantas, por grampo ilegal, a CPI também sugere os indiciamentos da delegada Eneida Tagary, por suposta execução de escuta ambiental sem prévia autorização judicial; do detetive particular Eloy Ferreira Lacerda, por suposta prática de interceptação ilegal; do policial civil de São Paulo Augusto Pena, acusado de grampear clandestinamente a mulher; e do sargento da Aeronáutica Idalberto Araújo, por vazamento de dados sigilosos.


Relatórios paralelos

O relatório da CPI será em caminhado ao Ministério Público Federal junto com os quatro relatórios paralelos, apresentados por deputados inconformados com o resultado. Estes últimos pedem o indiciamento de Protógenes, Lacerda, do ex-diretor ajunto da Abin José Milton Campana e do chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Félix, alegando supostos excessos na condução da Operação Satiagraha, que incriminou o banqueiro.


Para a CPI terminar oficialmente, falta apenas a votação de um destaque apresentado nesta manhã pelo deputado Laerte Bessa (PMDB-DF). pedindo a exclusão dos nomes de Eneida Tagary e Idalberto Araújo. A CPI voltará a se reunir na terça-feira para a votação do destaque apresentado por Bessa.

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