A companhia prevê a criação de 267 mil novos postos de trabalhos diretos até 2013. Outros 777 mil postos indiretos estão relacionados à cadeia produtiva e ao chamado efeito renda, quando a renda dos trabalhadores se transforma em consumo.
As informações são do diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella. Ele participou nesta quarta-feira (27) de audiência pública conjunta das comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; e Minas e Energia da Câmara. O deputado Luiz Alberto (PT-BA) foi um dos autores do requerimento para o debate.
Segundo Guilherme Estrella, o Brasil precisa "aproveitar a oportunidade" proporcionada pela descoberta do pré-sal. "A Petrobras passa por um momento importante em relação ao seu compromisso com o desenvolvimento do país. É um momento que traz uma série de oportunidades para o Brasil, e nós não podemos perder essa oportunidade", afirmou.
Durante a audiência pública, o diretor de Exploração e Produção destacou a "postura agressiva" da empresa desde o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Entre 1999 e 2002, a carteira exploratória da Petrobras atingiu uma média anual de 22.737,5 quilômetros quadrados. Nos três primeiros anos de governo Lula, a média anual saltou para 32.377,3 quilômetros quadrados. "Isso nos dá a garantia e o conforto de ter uma área suficiente de exploração para os próximos 15 anos. A Petrobras vinha perdendo essa agressividade antes de 2003", afirmou Guilherme Estrella.
O diretor da Petrobras informou que os investimentos específicos no pré-sal - que estavam previstos para 28,9 bilhões de dólares no período 2009-2013 - devem alcançar 111,4 bilhões entre 2009-2020. A produção de óleo do pré-sal deve crescer a uma taxa anual de 35,3% entre 2013 e 2020. A expectativa é de que, em 2013, sejam produzidos 219 mil barris por dia, ante 1,8 milhão previstos para 2020.
Estrella afirmou que, nas próximas décadas, as chamadas energias fósseis devem ocupar uma posição hegemônica entre as demais modalidades energéticas. "O Brasil tem uma situação privilegiada porque conta com grandes reservas de óleo e gás. A descoberta do pré-sal é uma grande oportunidade para o desenvolvimento industrial, tecnológico e científico do país", afirmou.
O deputado Luiz Alberto, que durante 20 anos foi técnico químico da Petrobras, destacou o rigor administrativo da empresa. Ele criticou os partidos de oposição que defendem a instalação de uma CPI no Senado para investigar a companhia.
"Enquanto o Senado instala uma CPI, o jornal inglês Financial Times elogia o papel da Petrobras, sua capacidade de gestão e o domínio da tecnologia de prospecção de petróleo. No campo internacional se reconhece a importância da empresa. No Brasil, de forma irresponsável, tenta-se jogar a Petrobras no centro da arena política", afirmou.
O presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Ariovaldo da Rocha, também criticou a instalação da CPI no Senado. Ele classificou a investigação como "absurda".
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