Entre outras, a propaganda exibe: "O governo do PT e a piada sobre a crise" [aparece Lula falando que crise financeira internacional será marola por aqui]; "o PT e o Brasil que não cresce"; "o governo do PT e o Nordeste debaixo d'água, e o presidente viajando". Mesmo com citação predominante ao Partido dos Trabalhadores, a campanha tem alvo certo: o presidente Lula, claro.
Mas o que a tucanada já deveria saber é que "bater" no Lula não dá certo. Justo o PSDB, que é um verdadeiro reduto de intelectuais(?), repete um erro que foi crucial na decisão das eleições presidenciais de 2006. Naquele ano, o candidato peessedebista, Geraldo Chuchu Alckmin, partiu para o ataque a Lula no segundo turno. O resultado foi uma sova com cerca de 20 milhões de votos de diferença em favor do barbudinho mandatário da nação.
Os tucanos perdem uma grande oportunidade e comprovam que certos partidos não têm um projeto de governo, e sim um projeto de poder. Se há coisas erradas no comando do Brasil, a hora é de apresentar e discutir uma alternativa. Não agredir quem comanda. Como o PSDB é comandado por adultos, todos devem saber o que é melhor para suas intenções.
De qualquer forma, essa postura hostil abre margem para o PT reagir na mesma moeda. A réplica petista pode trazer coisas do tipo: "o PSDB e as privatizações do Governo FHC"; "o PSDB e seu governador duplamente cassado, Cássio Cunha Lima (Paraíba)"; "o PSDB e sua luta incansável para evitar uma CPI no governo de Yêda Crusius (Rio Grande do Sul)"; "o PSDB e o metrô de São Paulo". Ufa! A lista é extensa.
Não tenho, nem quero ter, a pretensão de mostrar ao PT como rebater as acusações da oposição. Até porque, os petistas têm gente muito mais competente do que eu para tal missão. E eu não tenho qualquer vínculo com eles. Quero apenas mostrar que, erro por erro, o somatório do PSDB é bem mais extenso. O principal é dizer que estamos diante de um momento propício ao debate sobre projetos para o país, mas que certas práticas políticas continuam paradas no tempo.
Com ou sem crise, com ou sem escândalos, Lula insiste em surfar sobre altíssimos índices de aprovação. Queiram ou não, o presidente é o Chefe-de-Estado brasileiro mais conhecido e respeitado no exterior em todos os tempos. A opinião do presidente americano, Barack Obama [Lula é o cara], rodou o mundo. Tudo isso reforça que a tática oposicionista deve ser mudada.
Por fim, a propaganda tucana termina com a seguinte pérola: "PSDB, a seriedade faz a diferença". De fato, é um partido para lá de sério. Seu staff de governadores que o diga, não é mesmo, Dona Yeda?
Orozimbo Souza Júnior é jornalista
Nenhum comentário:
Postar um comentário