quinta-feira, 18 de junho de 2009

Gilmar Mendes: O imbecilóide do Supremo! Saia às ruas, Gilmar!


No Blog do Hermenauta me deparei com um argumento interessante sobre mais uma obra de GILMAR MENDES: SUA DEFESA PELO FIM DA OBRIGATORIEDADE DO DIPLOMA DE JORNALISTA!

“Por fim, não poderia deixar de comentar as justificativas bizarras do presidente do Supremo, Gilmar Mendes, na defesa do fim da obrigatoriedade. Fiquei espantado com o baixo nível da argumentação e me perguntei se ele chegou realmente a estudar o caso ou falou algo de improviso. Pincei apenas um trecho para terem idéia:


“A profissão de jornalista não oferece perigo de dano à coletividade tais como medicina, engenharia, advocacia – nesse sentido por não implicar tais riscos não poderia exigir um diploma para exercer a profissão.” - Gilmar Mendes


Então, logo me lembrei do TENEBROSO caso ESCOLA BASE. Um circo de horrores pintado PELA MÍDIA, que cuminou com A DESTRUIÇÃO DE MUITAS VIDAS. Hoje, aquelas pessoas, vitimadas principalmente pelos JORNALISTAS (com diplomas, pior sem ele) são verdadeiros FARRAPOS HUMANOS. Tiveram sonhos de uma vida inteira destruídos e foram para o inferno, mandados pela irresponsabidade de uns JORNALISTAS sedentos pelo furo jornalístico, pela banalização do MUNDO CÃO.

O CASO ESCOLA BASE

Saia às ruas Gilmar, e pergunte aos donos da Escola Base, Maria Aparecida Shimada e seu marido Icushiro Shimada, e mais o colaborador Maurício de Alvarenga. A polícia e a Mídia os acusou injustamente, em 1994, de promover orgias com menores na escola infantil que mantinham no bairro da Aclimação. O episódio é um dos mais graves da relação entre polícia-mídia-acusados da história do país. A polícia deu crédito excessivo a uma denúncia de mãe de alunos da escola, e a imprensa assumiu a queixa como se fosse fato provado.

"Perua escolar carregava crianças para orgia",
estampou , por exemplo, a Folha da Tarde.


"Escola de horrores", sentenciou a revista Veja.
A mídia que espetacularizou a falsa denúncia e, sem nenhuma prova, lançou manchetes reproduzidas como se fosse uma onda espalhada pelo país, terminou estigmatizando os acusados de “monstros da escola”, “escola de horrores”, que a “Kombi era motel na escolinha do sexo”, etc. Um comentarista do extinto programa televisivo Aqui Agora, do SBT, chegou a pedir a pena de morte aos acusados.

Autoposicionada do lado do “bem” e justiça, a imprensa fechou olhos para o linchamento dos acusados, e, mesmo depois de ficar comprovada a inocência dos acusados não veio a público fazer autocrítica e confessar seu erro.


Os acusados foram considerados inocentes ao final de um inquérito encerrado às pressas para que todos esquecessem o pesadelo. Nenhum policial foi punido, apesar de alguns acusados terem sido torturados, assim como não há notícia de que algum jornalista tenha recebido punição pelo péssimo comportamento profissional.


Quando o erro foi descoberto, a escola já havia sido depredada, os donos estavam falidos e eram ameaçados de morte em telefonemas anônimos. As informações foram repassadas à mídia pelo delegado Edélcio Lemos, a partir do depoimento de duas mães de alunos: Lúcia Eiko Tanoi e Cléa Parente. O inquérito policial foi arquivado.

A advogada Maria Elisa Munhol, que representa o casal Saulo e Mara Nunes, outros denunciados no episódio, está processando as TVs Globo e SBT e os jornais Folha de S. Paulo, Folha da Tarde e Notícias Populares. Ela quer que esses meios de comunicação paguem R$ 3,2 milhões a cada um dos ofendidos.




Entenda o caso da Escola Base



Publicada em 13/11/2006 às 12h11m

O Globo Online

SÃO PAULO - Em março de 1994, vários órgãos da imprensa publicaram uma série reportagens sobre seis pessoas que estariam envolvidas no abuso sexual de crianças, todas alunas da Escola Base, localizada no bairro da Aclimação, na capital. Os seis acusados eram os donos da escola Ichshiro Shimada e Maria Aparecida Shimada; os funcionários deles, Maurício e Paula Monteiro de Alvarenga; além de um casal de pais, Saulo da Costa Nunes e Mara Cristina França.

De acordo com as denúncias apresentadas pelos pais, Maurício Alvarenga, que trabalhava como perueiro da escola, levava as crianças, no período de aula, para a casa de Nunes e Mara, onde os abusos eram cometidos e filmados. O delegado Edelcio Lemos, sem verificar a veracidade das denúncias e com base em laudos preliminares, divulgou as informações à imprensa.

A divulgação do caso levou à depredação e saque da escola. Os donos da escola chegaram a ser presos. No entanto, o inquérito policial foi arquivado por falta de provas. Não havia qualquer indício de que a denúncia tivesse fundamento.

Com o arquivamento do inquérito, os donos e funcionários da escola acusados de abusos deram início à batalha jurídica por indenizações. Além da empresa 'Folha da Manhã', outros órgãos de imprensa também foram condenados, além do governo do estado de São Paulo. Outros processos de indenização ainda devem ser julgados.






O caso Escola Base ficou como um símbolo da inexatidão e julgamento açodado da mídia. Talvez seja o caso em que houve maior autocrítica da imprensa, embora a causa do erro jamais tenha sido atacada : a relação promíscua entre repórteres e policiais. A imprensa continuou a divulgar como verdades as deduções precipitadas da polícia, que investiga pouco e julga muito. O recente episódio do suposto sequestro do menino D., tambem em São Paulo, foi uma repetição dolorosa da Escola Base. Um delegado incompetente não investigou minimamente o caso, prendeu os dois acusados, e eles foram expostos à execração pública e torturados por seus colegas de cárcere. Coube aos vizinhos fazer o trabalho que a polícia deveria ter feito: testemunharam que os acusados não mantinham o garoto amarrado num quarto escuro, como ele denunciara. Aí a imprensa descobriu que, mais uma vez, comprara gato por lebre.



O jornalismo causa danos mais amplos e profundos do que a queda de uma ponte ou um erro médico. A incompetência, preguiça ou má fé de nós, jornalistas, pode acabar com vidas de um dia para noite. Leonardo Sakamoto

Por causa das falsas denúncias, Icushiro sofreu um infarto, Maria Aparecida vive com tranqüilizantes e Maurício Alvarenga se separou da mulher e vive em uma cidade do interior.


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