sábado, 5 de setembro de 2009

A "Disneylândia" de Aécio Neves

Choque de gestão? Déficit zero? Esqueça. A nova marca do governador mineiro Aécio Neves é um palácio flutuante de Niemeyer num centro administrativo de R$ 1,2 bilhão. Conheça o projeto e faça um passeio virtual pela obra.

Ricardo Mendonça, de Belo Horizonte
Bruno Magalhães
MONUMENTAL
Vista das obras da Cidade Administrativa, que vai reunir o palácio do governo e todas as secretarias mineiras

Em dezembro, a um ano do fim de seu segundo mandato, o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), deverá inaugurar a maior, mais cara e mais ousada edificação da história de Minas: um majestoso palácio governamental suspenso dentro de um complexo estatal que reunirá, em mais dois megaedifícios, as 18 secretarias de Estado e outros 33 órgãos da administração. Tudo projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, de 101 anos (confira ao final do texto um "passeio virtual" pela obra, em que é possível conhecer detalhes da construção).

Estimado originalmente em R$ 500 milhões pelo governador, as obras da Cidade Administrativa de Minas Gerais já estão orçadas em R$ 1,2 bilhão. Daria para fazer quatro hospitais como o Instituto do Câncer de São Paulo (antigo Instituto da Mulher), considerado o maior dessa especialização na América Latina, com 474 leitos. E ainda sobrariam R$ 120 milhões. Além do preço, a Cidade Administrativa impressiona pelo tamanho, pela arquitetura e pela velocidade com que está sendo erguida. A área total do complexo é de 804 mil metros quadrados, o equivale a 97 campos de futebol como o do Maracanã. Quando estiver em pleno funcionamento, no fim de 2010, deverá abrigar 20 mil funcionários e receber, diariamente, cerca de 10 mil visitantes. Se fosse uma cidade real com essa população, seria maior que 82% dos municípios brasileiros.

Assim que tudo estiver pronto, no segundo semestre de 2010, os mineiros poderão pleitear uma citação no livro dos recordes para o palácio do governador. O prédio, segundo o escritório de Niemeyer, terá o maior vão livre em concreto suspenso da história da arquitetura: 147,5 metros de comprimento, o dobro do vão-livre do Masp, em São Paulo.

Apesar da crise, o canteiro de obras está a pleno vapor. Com 4.800 operários trabalhando simultaneamente, a construção atingiu seu pico de atividade em maio. Os engenehiros gostam de repetir que se trata da “maior edificação em andamento em toda a América Latina”.
O governo mineiro diz que fará economia com o novo complexo. Hoje, segundo a secretaria de Planejamento, o Estado aluga 59 imóveis em Belo Horizonte para abrigar diversas repartições. Com instalações próprias, estima-se que deixará de pagar R$ 30 milhões por ano com aluguéis. Além disso, serviços poderão ser unificados, como motoboys, refeitórios, motoristas e seguranças.

Quem não está muito convencida da conveniência do projeto é a oposição. “Essa construção é uma prioridade governamental, mas não é uma prioridade da sociedade mineira”, diz o deputado estadual Adelmo Leão, do PT. “O palácio de R$ 1,2 bilhão é bom para fazer marketing, só que o governo ainda tem muitos problemas: Minas não cumpre com o piso nacional dos professores, não faz concursos e permanece como um dos únicos Estados que não cumprem com o investimento mínimo obrigatório de 12% das receitas na saúde”, afirma.

O responsável pelos cálculos da construção é o engenheiro José Carlos Sussekind, que trabalha com Niemeyer há 40 anos. Para ele, a obra tem potencial para virar referência de uma era: "Daqui a 200 anos, quando olharem para a arquitetura do século XXI, vão lembrar desse palácio. Ele é grande, majestoso, suspenso, mas sereno. Uma obra muito corajosa. Em audácia, é o máximo que o concreto pode oferecer", afirma.

A construção do complexo está dividida entre nove das maiores empreiteiras do país. O palácio, um auditório para 490 pessoas e a infraestrutura interna do conjunto (vias, lagos, estacionamento) estão sendo feitos por um consórcio formado pelas empreiteiras Camargo Corrêa, Mendes Júnior e Santa Bárbara. O Edifício 1 das secretarias, com 15 andares, e o centro de convivência ficaram com Andrade Gutierrez, Barbosa Mello e Via Engenharia. O Edifício 2, com dimensões idênticas às do Edifício 1, está com OAS, Odebrecht e Queiroz Galvão. Há ainda as obras de um túnel que ligará o complexo à Linha Verde, a recém-inaugura-da avenida que conecta Belo Horizonte com o aeroporto de Confins. O túnel será feito pela Mendes Júnior e pela Santa Bárbara.

Algumas das construtoras são tradicionais doadoras de recursos para campanhas eleitorais - de todos os grandes partidos políticos no Brasil, diga-se. Das nove contratadas para fazer o complexo mineiro, oito doaram dinheiro em pelo menos uma das duas campanhas de Aécio para governador. A única que não doou foi a Via Engenharia.

Apesar da crise, o cronograma da obra está sendo seguido com rigor exemplar. O canteiro está a pleno vapor, com 4.800 operários Segundo os engenheiros, é a maior edificação em andamento em toda a América Latina trabalhando simultaneamente. Em algumas atividades, o turno é de 24 horas. Os engenheiros envolvidos no projeto gostam de repetir que se trata da "maior edificação em andamento em toda a América Latina". Hoje, cerca de 60% do conjunto já está pronto.

Outro aspecto que chama a atenção é o modelo de remuneração das empreiteiras. Em vez de recorrer ao Tesouro, a opção foi usar a verba da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, a Codemig, uma estatal com receita anual de R$ 600 milhões, provenientes principalmente de royalties arrecadados junto a empresas que exploram recursos minerais no Estado, como ferro, fosfato e nióbio.

Segundo o presidente da Codemig, Oswaldo Borges, tudo está sendo pago à vista, o que é incomum em encomendas desse porte: "Além de não deixar dívidas, investir pela Codemig tem a vantagem de não usar dinheiro do orçamento do Estado. Ou seja, não tiramos dinheiro de outras áreas", diz. Essa "vantagem" é vista com desconfiança pela oposição, que reclama da falta de transparência. Como passam ao largo do orçament o, os pagamentos não podem ser acompanhados pela Assembléia Legislativa.

Faz sentido reunir toda a administração pública num mesmo local? Para o governo Aécio, sim. Por três motivos. O primeiro é econômico: hoje, segundo a Secretaria de Planejamento de Minas, o Estado aluga 59 imóveis na capital para suas repartições. Com instalações próprias, economizará R$ 30 milhões por ano em aluguéis. Além disso, a centralização trará economias ao facilitar a comunicação entre as secretarias, pois tudo será feito por meio de ramais telefônicos, e com serviços que podem ser unificados, como refeitórios, motoristas e seguranças. O segundo argumento do governo é a necessidade de melhoria das condições de trabalho e do atendimento à população. "Desde 2003, avaliamos que o Estado está muito mal aparelhado, tanto para o público quanto para os servidores", diz Marcelo Nassif, diretor de Operações da Codemig.

"Alguns prédios são do século XIX e, mesmo reformados, continuam pequenos."A terceira razão é usar o complexo para promover o desenvolvimento da região norte da cidade, a mais carente de Belo Horizonte. Localizada quase na divisa da capital com Vespesiano e Santa Luzia, o complexo tende a atrair mais investimentos, como condomínios residenciais, hotéis e restaurantes.( A valorização dos imóveis na região já é evidente, mas isso rende críticas ao governo. "A especulação imobiliária está correndo solta", diz Gilson Queiroz, presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Minas. "O IPTU ficará proibitivo, e a população pobre acabará expulsa. Além disso, o governo não tem um plano para conter o esvaziamento do centro da cidade."

Mesmo reconhecendo que as atuais instalações do Estado são precárias, a oposição também não está convencida da conveniência da obra. "Essa construção uma prioridade governamental, mas não é uma prioridade da sociedade mineira", diz o deputado estadual Adelmo Leão, do PT. "O palácio é bom para o marketing, só que o governo ainda não resolveu muitos problemas. Minas não cumpre com o piso nacional dos professores, não faz concursos e permanece como um dos únicos Estados que não cumprem com o investimento mínimo obrigatório de 12% das receitas na saúde."

Há pelo menos uma reclamação que a oposição não pode fazer: que Aécio estaria construindo a Cidade Administrativa para uso próprio. Como deverá ser candidato em 2010 (à Presidência ou a outro car go eletivo), Aécio, pela lei, terá de deixar o governo em abril, seis meses antes da eleição. Confirmada essa hipótese, usará o novo palácio por, no máximo, apenas quatro meses.



  • Segunda-feira, 20 de Julho de 2009

    O Choque de Gestão do Aécio


    Ora se José Serra vende para todo o país sua companhia de saneamento, o governador de Minas faz o mesmo com sua companhia energética. Ora se Serra pede cabeça nas redações paulistas acredito que a pós-graduação neste assunto seja o estado de Minas Gerais. Fato hoje já reconhecido e, vejam bem, denunciados pela BBC de Londres. Segundo as informações técnicas o estado de Minas Gerais teve uma diminuição de cerca de 30% em seu orçamento, mas ainda assim o governo de Minas Gerais gasta quase 70 milhões de reais, em publicidade. Veja as notícias publicadas no órgão oficial do Estado, o Minas Gerais:

    Consórcio Espontânea – MPM - Contrato original: R$ 30 milhões. Acréscimo de 25%, R$ 7 Milhões. Dotação Orçamentária: 1491.04.131.709.4680.0001339039.09.10.1.

    Lápis Raro Agência de Comunicação Ltda
    .- Contrato Original: R$ 7 milhões, valor do Acréscimo 25%, R$ 1.750.000,00. Dotação Orçamentária: 1491.04.131.709.4680.0001.339039.09.10.1.

    RC Comunicação
    - Contrato Original: R$ 15 milhões, valor do Acréscimo 25%, R$ 3.750.000,00. Dotação Orçamentária: 11491.04.131.709.4680.0001.339039.09.10.1.

    Net Design e Comunicação Ltda. - Contrato Original: R$ 4 milhões, valor do Acréscimo 25%, R$ 1.000.000,00. Dotação Orçamentária: 1491.04.131.709.4680.0001.339039.09.10.1.


  • Seja através do caladão, seja através da compra de espaços publicitários. Em Minas Gerais, como se diz por ai: está tudo dominado. Principalmente no que se refere aos grandes formadores locais de opinião: Diário Associados (entre outros Estado de Minas, Aqui, Site Uai, TV Alteosa, Rádio Guarani e etc) e Rádio Itatiaia com sua audiência inacreditável.


OS SOFREDORES DA EDUCAÇÃO EM MINAS GERAIS

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Nas últimas semanas tenho recebido várias mensagens de socorro vindas de algumas cidades do interior do estado. São protestos de servidores da rede estadual de ensino de Minas Gerais, que estão em campanha em busca de melhores condições salariais e buscam espaço, também na blogosfera, para mostrar as contradições existentes entre a propaganda que faz o Governo do Estado de Minas Gerais e a realidade em que vivem.

O movimento utiliza uma estratégia interessante. No 5o. dia útil de cada mês, que também é chamado por eles de o dia D, ou seja, o dia da DEPRESSÃO, pois é quando os servidores estaduais recebem o contra-cheque com o polpudo salário pago pelo Governador Aécio Neves, eles realizam uma parada simultânea em todo o estado, sendo que no último dia 06 de março, o movimento teve a adesão de 33 das 46 Superintendências Regionais de Ensino.

Aécio Neves, como vocês devem saber, é aquele sujeito que se diz Governador do Estado de Minas Gerais (mas todos sabem que ele faz do cargo trampolim para a Presidência da República) e, com uma matéria paga na revista Isto É, com o dinheiro do contribuinte mineiro, é claro, se auto intitulou como "uma nova alternativa para o país". É mesmo um grande piadista este sujeito.

Enquanto isso, por todos os cantos do estado, os profissionais da educação continuam mobilizados para denunciar os baixos salários e a fraude publicitária do Governo de Minas, sendo que a próxima manifestação está marcada para o dia 07/04 e, espera-se uma adesão ainda maior.

No que depender deste Língua de Trapo, este espaço não se limitará a ser o muro das lamentações do “sofredores da educação” que por aqui deixaram suas manifestações, mas parceiro na luta por melhores e justas condições de trabalho na educação, pois como também sou professor, não estou fazendo nada além do que a minha obrigação.
Até o próximo dia D, aguardo notícias.

BARBACENA
BH

BH

BH

CAMPO BELO

CAXAMBU

GUANHÃES

ITAJUBÁ

JANUÁRIA

MANHUAÇU

MONTES CLAROS

PATOS DE MINAS

PIRAPORA

POÇOS DE CALDAS

SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO

UBERLÂNDIA

UNAÍ


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