BRASÍLIA -O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira que a eleição presidencial de 2010 será a primeira sem um candidato de direita. Segundo Lula, antes a disputa se dava entre candidatos de esquerda, centro-esquerda e os "trogloditas de direita".
- Pela primeira vez, não vamos ter candidato (de direita). Não é fantástico, isso? Antes as campanhas tinham o de esquerda, o de centro-esquerda contra os trogloditas de direita - afirmou Lula, na comemoração dos 45 anos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Antes as campanhas tinham o de esquerda, o de centro-esquerda contra os trogloditas de direita
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Lula tem o apoio do PP - partido que tem origem na antiga Arena, base dos governos militares no país. Para Lula, sem candidatos de direita, o nível da campanha eleitoral melhora.
- Começou a melhorar comigo e com o Fernando Henrique Cardoso. Já foi um nível elevado. Depois, eu e (José) Serra, também. Eu e (Geraldo) Alckmin, baixou o nível, por conta dele e não minha - disse Lula.
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Começou a melhorar comigo e com o Fernando Henrique Cardoso. Já foi um nível elevado. Depois, eu e (José) Serra, também. Eu e (Geraldo) Alckmin baixou o nível por conta dele e não minha
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A candidata preferida de Lula à sua sucessão é a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT). Os govvernadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, disputam a vaga de candidato tucano. O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), a senadora Marina Silva (PV-AC) e a vereadora de Maceió Heloisa Helena (PSOL) são outros prováveis candidatos.
Lula disse que o mote da próxima campanha eleitoral será o futuro, citando a discussão das mudanças climáticas e do pré-sal. Os dois temas serão, respectivamente, abordados nas campanhas de Marina Silva e Dilma.
Ao defender que o Ipea "se espraie pelo país", Lula disse que o Brasil não pode ser pensado a partir de São Paulo.
- O Brasil não é a cara de São Paulo. Pensar o Brasil a partir de São Paulo é pensar equivocadamente - disse.
Mais cedo, no Itamaraty, Lula afirmou, em entrevista coletiva, que campanha política é como uma maratona: nem sempre quem sai na frente ganha
. A afirmação foi uma resposta aos jornalistas, que perguntaram o que a ministra Dilma teria de fazer para se tornar viável eleitoralmente.
Nas últimas pesquisas,
Dilma aparece em segundo lugar,
atrás do governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Porém, o crescimento estancou.
- Ela precisa ser candidata, coisa que ela não é ainda - disse o presidente. - A Dilma tem compromissos no governo até que haja convenção partidária e haja a liberação dela. Ela é coordenadora do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), ela é coordenadora do programa Minha Casa, Minha Vida. E essas coisas, se você não ficar em cima, não andam. Ela tem de cuidar disso de forma prioritária - completou.
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