sábado, 19 de setembro de 2009

Marqueteiro importado. Indicado por Obama

O PT contrata para a campanha de Dilma o publicitário que ajudou Obama a arrecadar US$ 500 milhões pela internet

Sérgio Pardellas e Octávio Costa

"Todo eleitor precisa se sentir dono da campanha"
Ben Self, publicitário americano

Na terça-feira 15, o responsável pelo marketing digital e telefônico da campanha de Barack Obama nas eleições dos EUA, Ben Self, precisou de apenas cinco minutos para convencer a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que sua estratégia de captação de eleitores por meio da internet poderá ajudar a impulsionar sua vacilante candidatura ao Palácio do Planalto em 2010. "Todo eleitor precisa se sentir dono da campanha. Temos que aumentar o entusiasmo e a paixão dos apoiadores", pregou o publicitário americano para o imediato entusiasmo da ministra. A reunião que selou a entrada do americano, sócio-fundador da Blue State Digital, na campanha da ministra ocorreu na residência oficial de Dilma. Participaram do encontro, além de Dilma e Ben Self, o marqueteiro João Santana, padrinho da indicação, e a empresária Danielle Fonteles, da Pepper Comunicação, que será a responsável pela operação via internet da campanha. Na quartafeira 16, em outra reunião, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, deu seu aval à participação do especialista americano na campanha petista.

Apesar de as reuniões com Dilma terem ocorrido apenas na última semana, o americano está contratado como consultor do PT desde 1º de agosto. E, nos próximos dias, poderá ganhar a companhia de outra fera da comunicação de Obama. Trata-se de Scott Goodstein, chefe de mídias móveis da campanha vitoriosa nos EUA, especialista em arrecadação online. Quando esteve no Brasil no fim de agosto, para uma palestra a 40 executivos do Bradesco, ele estreitou os laços com a cúpula petista. Os valores envolvidos na contratação dos executivos americanos são mantidos sob sigilo pelo PT.

O desafio dos americanos é fazer na campanha de Dilma o que fizeram na de Obama: utlilizar os recursos da internet e do celular para transformar entusiastas da candidatura em verdadeiros cabos eleitorais e, sempre que possível, em doadores de recursos. Nos EUA, convidados a participar da campanha, os simpatizantes eram cadastrados em um banco de dados, entravam na rede, articulavam eventos, manifestações, convenciam terceiros a votar em Obama e ainda ajudavam a coordenar a captação de recursos. Assim, Self formatou a estratégia que arrecadou US$ 500 milhões via internet. Se a ministra ainda está longe de tomar a dianteira nas pesquisas, pelo menos numa disputa ela superou o seu principal rival. Por muito pouco Self não foi trabalhar com o governador de São Paulo, José Serra, pré-candidato do PSDB. Em maio, o americano chegou a almoçar com a equipe de Luiz González, marqueteiro tucano. Pesou, no entanto, para sua decisão um pedido do próprio Obama em favor da candidata de Lula.

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