LORENNA RODRIGUES
da Folha Online, em Brasília
A dívida pública federal caiu 1,39% em setembro em relação a agosto, chegando a R$ 1,48 trilhão, de acordo com dados divulgados nesta quarta-feira pelo Tesouro Nacional. A valorização do real frente ao dólar ajudou a encolher o endividamento público. Outro fator foi a menor emissão de títulos por parte do Tesouro Nacional, por conta do aumento nos juros pedidos pelos investidores.
Participação de estrangeiro na dívida interna é recorde
Elevação nos juros faz Tesouro Nacional emitir menos títulos
Economia do setor público para pagar juros é a menor desde 2002
De acordo com o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, a menor oferta de títulos da dívida em setembro faz parte da estratégia do Tesouro de não alimentar a volatilidade do mercado.
"No mês de setembro, observamos sim uma elevação nas taxas de juros dos títulos públicos. O tesouro manteve a sua estratégia de, em momentos de maior volatilidade, atuar de maneira a não alimentar essa volatilidade", afirmou.
As emissões de título no mês passado somaram R$ 18,93 bilhões, contra emissões de R$ 66,06 bilhões em agosto. Naquele mês, porém, foram emitidos R$ 36 bilhões em favor do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social), completando um repasse de R$ 100 bilhões ao banco. Ainda assim, as emissões de setembro ficaram bem abaixo das de agosto.
Juros
De acordo com Garrido, em setembro e em outubro o Tesouro verificou uma elevação nas taxas de juros dos títulos públicos, principalmente os de curto prazo. Ele deu como exemplo títulos indexados à Selic com vencimento em 2011 que, no início de setembro eram emitidos com remuneração de 10,70%, que subiu para 11,20% em outubro.
Dívida
A dívida interna teve seu estoque reduzido em 1,08%, para R$ 1,38 trilhão em setembro. A emissão de novos títulos superou os resgates em R$ 26,14 bilhões. Além disso, houve um impacto de R$ 11,05 bilhões por causa dos juros.
A dívida pública federal externa, que representa 6,29% da dívida total, registrou redução de 5,44%, encerrando setembro em R$ 103,04 bilhões (US$ 57,95 bilhões).
Custo menor
Apesar do aumento da dívida total, o custo médio acumulado nos últimos 12 meses caiu de 13,08% ao ano em agosto para 11,42% em setembro.
A participação dos papéis indexados à taxa básica de juros (Selic) tiveram sua participação reduzida, passando de 36,11% em agosto para 34,34% em setembro. Já a parcela de títulos prefixados na dívida total subiu de 29,69% em agosto para 31,10% em setembro. Os títulos remunerados por índices de preços aumentaram sua participação de 25,82% para 26,50%.
O volume de títulos em poder público com vencimento no curto prazo (em até 12 meses) caiu de 27,48% para 27,20%. Já o prazo médio da dívida aumentou de 3,54 anos em agosto para 3,55 anos em setembro (a meta é ficar em, no máximo, 3,7 anos).
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