terça-feira, 27 de outubro de 2009

Provando do próprio veneno

No momento em que PSDB e DEM acionam governo Lula na Justiça por suposto uso eleitoral, Serra considera legítimo uso político de ações de governo

Provável candidato do PSDB à Presidência da Republico e no comando do maior Estado do País, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), defendeu nesta terça-feira ser legítimo o uso de ações de governo para "colher dividendos políticos". "A gente saber o que nós mesmos fizemos é muito importante para poder explicar, defender e inclusive colher dividendos políticos, o que é legítimo dentro de uma ação governamental", disse o tucano ao sancionar projeto de lei que institui sistema de promoção salarial para professores da rede estadual.

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A declaração foi feita num momento em que o PSDB e o DEM acionam o governo Lula na Justiça por suposto uso eleitoral de compromissos administrativos, como é o caso da viagem para vistoriar as obras da transposição do Rio São Francisco. Serra foi breve no comentário e não deu detalhes de como acredita que deve ser essa "colheita" política. O secretário da Educação, Paulo Renato de Souza, que acompanhou o evento, disse depois do governador que acredita sim que a medida anunciada pelo governo do Estado pode gerar "a médio prazo" dividendos políticos. "Eu acho que sim, a médio prazo certamente terá."

O governador critica com frequência o PSDB por não explorar politicamente nem dar publicidade às experiências bem sucedidas das gestões tucanas pelo País. Já disse algumas vezes em público que o PT é muito melhor nisso. Pouco antes, ainda no discurso, Serra disse que não governará de olho no calendário eleitoral. "Estamos promovendo alterações estruturais e isso sempre perturba. E mais. Estamos fazendo isso à véspera de um ano eleitoral porque não podemos governar em função do calendário eleitoral em matérias como educação e saúde."

No pronunciamento, mais uma vez, Serra fez críticas sem mencionar o destinatário. "Pra nós educação não é discurso nem frufru. Chama empresários fala isso, fala aquilo, faz declarações, expressão de intenções, mas, na prática, fica no frufru até a próxima campanha", disse. Perguntado para quem era o recado, ele preferiu não polemizar. "É um fenômeno geral da educação no Brasil, são doenças. Fazer festa em torno da educação e pouco coisa prática. Não vou especificar direito, vocês sabem perfeitamente e podem analisar."

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