quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Já pensou um filme sobre FHC? Teria como título "O FILHO DO DEMO"!

Paulo Bernardo diz que oposição deve procurar personagem de filme em seus quadros

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil

 

 

 

Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr

Brasília -  Elenco do filme Lula, o filho do Brasil, de Fábio Barreto, durante abertura do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

Brasília - Elenco do filme Lula, o filho do Brasil, de Fábio Barreto, durante abertura do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro

Brasília - As críticas feita pela oposição de que o filme Lula, o Filho do Brasil seria uma forma de manipulação política foram rebatidas ontem (17) com bom humor pelo ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.

Ao chegar ao Teatro Nacional, onde o filme foi exibido na abertura do Festival de Cinema de Brasília, o ministro disse que a oposição deveria procurar, entre seus expoentes, alguém que também pudesse ter a vida retratada nas telas. Bernardo, no entanto, afirmou que não tinha sugestões de nomes a fazer. “Se procurarem bem, eles acham”, disparou.

O longa tem sido criticado pela oposição, que teme o uso político da imagem do presidente com a divulgação da obra. Lula não disputará eleições no próximo ano, mas deve apoiar a chefe da Casa Civil, ministra Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à Presidência da República.

Paulo Bernardo obteve o apoio do presidente do PT, Ricardo Berzoini, que foi além e sugeriu um filme contando a vida do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Eles deveriam fazer um filme da vida de FHC. Acho que seria bem interessante".

A exibição contou com a presença de várias autoridades do governo. O ministro do Esporte, Orlando Silva, também rebateu as críticas: “Gente, isso não é discurso, é cinema. O que me parece é que há uma certa dose de ansiedade no ar por parte daqueles que criticam. O Barretão [Fábio Barreto – diretor do filme] me disse para ver o filme, que eu iria gostar e foi por isso que eu vim”, disse Orlando Silva.

Já o ministro das Cidades, Marcio Fortes, considerou que a oposição está fazendo o papel que cabe a ela fazer. No entanto, avaliou que não se trata de um filme sobre o presidente da República e sim sobre um cidadão brasileiro. “A oposição que marcar presença, está no papel dela, mas precisa ser elegante”, disse o ministro.

O filme é baseado no livro homônimo de Denise Paraná e teve cenas filmadas em Pernambuco e em São Paulo de 20 de janeiro a 18 de março deste ano. Para o cineasta Fábio Barrreto, as acusações de cunho político são injustas. Ele alega que queria lançar o filme há dois anos, no entanto, o impacto da crise financeira mundial sobre a economia influenciou no financiamento do longa-metragem, que só será exibido para o público a partir de janeiro de 2010.

Barreto ressalta que o filme apresenta uma mensagem de otimismo e de crença na própria capacidade. “Se as pessoas acreditarem em si mesmas e na possibilidade de alterar o seu destino, não se acomodarem ou ficarem reclamando, se elas teimarem, vão conseguir realizar os seus sonhos”, destacou.

“Essa é a mensagem do filme, não tem nada político. É um filme de emoção. É um melodrama épico. Eu sou um artista, não tenho ideologia e não estou vendendo nenhuma ideologia com esse filme. O filme é uma obra de arte, não tem nenhuma intenção política. Eu sou um artista, a minha obrigação é expor. Estou expondo, julguem como quiser”, declarou Fábio Barreto, que não acredita que o longa poderá influenciar no processo eleitoral no próximo ano. “O filme não elege ninguém. Nem derruba”, destacou.

Barreto elogiou as iniciativas do governo como forma de popularizar o acesso à cultura. “Eu espero que esse filme ajude a indústria de audiovisual no Brasil a se consolidar . Algumas medidas, como o vale-cultura, vão dar oportunidade a muita gente. Tudo está crescendo no Brasil, menos o consumo de cultura. Acho que agora, com o vale-cultura, isso vai melhorar. Há também o programa de construção de salas populares nas periferias para que o povo possa consumir cultura, porque cultura não pode ser consumida apenas pela elite que tem dinheiro”, considerou.

Lula, o Filho do Brasil
tem duração de 128 minutos e foi produzido em parceria com a Globo Filmes. A produção não recebeu recursos de leis de incentivo municipal, estadual ou federal. O elenco conta com 130 atores, entre eles Rui Ricardo Diaz, que faz o papel de Lula dos 18 aos 35 anos.

A atriz Cleo Pires interpreta Lurdes, primeira mulher de Lula, e Juliana Baroni faz o papel de Marisa Letícia. O filme também retrata o pai de Lula, Aristides, como um homem violento, vivido pelo ator Milhem Cortaz. Participaram ainda das filmagens 3 mil figurantes. A obra tem fotografia de Gustavo Hadba, direção de arte de Clóvis Bueno, figurinos de Cristina Camargo, roteiro de Daniel Tendler, Denise Paraná e Fernando Bonassi e música de Antônio Pinto e Jaques Morelenbaum.

Edição: Graça Adjuto

 

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