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Foi no Rio Grande do Sul
PORTO ALEGRE - Comerciantes da cidade de Alvorada e Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, descobriram uma maneira de lucrar com a desgraça alheia. Revendiam telhas de fibrocimento destinadas originalmente a socorrer flagelados. Cada telha era vendida a R$ 16, quando o preço de mercado na Região Metropolitana é de R$ 27. Lucro de cerca de 40%.
O esquema foi descoberto pela 1ª Delegacia de Polícia Civil de Alvorada, que prendeu nesta sexta-feira oito donos de madeireiras que atuam na Capital e em Alvorada e apreendeu cerca de 2 mil telhas. Os policiais ainda estão no começo da investigação, mas já têm uma certeza: o material se destinava a vítimas das chuvas. Sabem disso porque a fabricante das telhas, a Isdralit, enviou documento confirmando que os lotes apreendidos fazem parte de um estoque de 400 mil telhas fabricadas para auxiliar a reconstrução de residências recebido pela Defesa Civil do Estado.
- Existe uma constatação: essas telhas não poderiam ter sido vendidas. Eram destinadas à doação e os comerciantes que as revenderam vão responder por receptação de material obtido de forma ilícita - resume o diretor da 1ª Delegacia Regional Metropolitana, delegado Omar Abud.
As mais de 400 mil telhas fabricadas pela Isdralit foram recebidas pela Defesa Civil e inicialmente estocadas no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, confirma o coordenador da Defesa Civil estadual, coronel Joel Prates Pedroso. Depois foram transferidas para um armazém no cais do porto de Porto Alegre, de onde só eram retiradas para envio a municípios atingidos por desastres naturais. Ele estranha que tenha acontecido desvio e acredita que, se isso ocorreu, não foi por responsabilidade do seu órgão.
- A retirada das telhas se efetiva através de recibo e contra-recebido previamente estabelecidos. Eles contêm a chancela da Defesa Civil e a devida identificação e checagem dos representantes do município solicitante - justifica.
A Polícia Civil trabalha com três hipóteses para esclarecer o crime: alguém ligado a um dos municípios atingidos por flagelo, após receber as telhas, as revendeu a madeireiras, alguém ligado à Defesa Civil ou da guarda privada encarregada de vigiar o depósito das telhas desviou o material e o revendeu ou alguém da Defesa Civil, em conluio com autoridades de algum município, revendeu o material.
Após interrogar os receptadores do material - que tiveram prisão em flagrante decretada e estão no Presídio Central de Porto Alegre - os policiais civis vão ouvir representantes da Defesa Civil e também dos municípios onde as telhas foram localizadas.
No mês passado,
nove pessoas foram indiciadas no inquérito que apura o desvio de donativos encaminhados às vítimas da enchente de 2008 em Santa Catarina:
o empresário Ismael Evelson Ratzkob, 37 anos, a esposa e a sogra dele, e seis funcionários das prefeituras de Ilhota e Blumenau. Ratzkob teria comprado roupas destinadas às vítimas do temporal.
As chuvas deixaram mais de 90 mortos e as doações em dinheiro chegaram a R$ 1,2 milhão.
O esquema de desvio de donativos foi revelado em 19 de maio deste ano, quando Ratzkob foi preso em flagrante suspeito de receptação e formação de quadrilha na venda de produtos doados. O empresário admitiu ter comprado cerca de 400 mil peças de roupas, que deveriam ser destinadas à vítimas da enchente. Elas eram vendidas, em média, por R$ 1 a peça.
O episódio constrangeu o povo de Santa Catarina, que havia sido alvo de solidariedade de todo o país. Ratzkob foi flagrado em Rio Negrinho vendendo roupas e sapatos doados.
Mais de 300 mil peças - entre calçados, calças, camisas e colchões - foram encontradas no pátio da casa, na garagem e em galpões. Ratzkob afirmou à polícia que os donativos haviam sido entregues por funcionários prefeitura de Ilhota.
Parentes de Ratzkob, que moravam no Paraná, também receberam roupas sem nota fiscal para vender em brechós. O empresário teria dito a eles que as roupas eram de São Paulo e que deveriam revendê-las e repassar 30% do valor.
O empresário teria dito ser pastor de igreja e dizia que roupas e alimentos retirados do galpão serviria para a comunidade onde atuava.
Este não foi o único escândalo a envolver os donativos enviados a Santa Catarina. Produtos também foram roubados e soldados foram apontados como os autores do crime, o que também causou indignação.
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