sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Perseguição na PF tira Protógenes Queiroz da corporação

Diferente do que publicamos ontem, a Polícia Federal AFASTOU nesta sexta-feira (6) o delegado Protógenes Queiroz da corporação.

A Polícia Federal suspendeu, nesta sexta-feira (6), por 60 dias, o delegado Protógenes Queiroz da corporação. O delegado disse que foi avisado hoje sobre a decisão. Protógenes é alvo de uma série de processos disciplinares dentro da PF, cuja atual direção comanda uma verdadeira perseguição contra o delegado.
Protógenes disse que se sente injustiçado. "É uma injustiça, uma perseguição. Sou perseguido porque faço o combate à corrupção", disse ele.


"É um ato de tirania da cúpula da Polícia Federal contra a democracia. O verdadeiro bandido, o banqueiro bandido (Daniel Dantas), está solto, com a proteção de alguns agentes público, que deram decisões favoráveis a ele. Enquanto isso, o agente público que o investigou e prendeu está fora dos quadros dos serviços públicos. Este é o Brasil de hoje. Até o presidente Lula já admitiu que o Estado brasileiro falhou no combate às drogas e à corrupção", completou diz o delegado.

Indignado, Protógenes reforça: "É um processo injusto. Vou tentar recompor meu prejuízo. Além do constrangimento, é assédio moral. Vou recorrer pelas vias judiciais."

Inicialmente, a versão que chegou ao conhecimento público era de que Protógenes havia sido demitido, depois a assessoria do ministério da Justiça esclareceu que o delegado havia sido apenas suspenso por 60 dias. 'Ainda que seja suspensão, eu não sou bandido', protestou.

O delegado afirmou que a PF aproveita sua participação em eventos públicos para intimá-lo ou passar comunicados. Ele disse que esse é o caso de hoje, pois ficou sabendo da decisão durante a ato do congresso do PCdoB, em São Paulo. Protógenes filiou-se recentemente ao partido.

Segundo Protógenes, a decisão foi tomada pelo diretor-geral da PF, Luiz Fernando Correa. Procurada pela reportagem, a assessoria da PF não foi localizada para comentar o caso.

Protógenes ficou conhecido nacionalmente durante a Operação Satiagraha, que prendeu no ano passado o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, o ex-prefeito Celso Pitta e o investidor Naji Nahas. Todos foram soltos depois. A Satiagraha investiga crimes financeiros atribuídos a Dantas.

Apesar da projeção nacional, Protógenes foi afastado da investigação e acabou virando alvo de um inquérito da PF que investiga supostos desvios durante a Satiagraha. O afastamento de Protógenes das investigações é visto como fruto da pressão exercida pelos poderosos grupos econômicos e autoridades que o delegado investigava. Para justificar o afastamento, Protógenes passou a ser acusado de uso político de suas funções e de supostamente ter violado a lei de interceptação e quebra de sigilo funcional durante a Satiagraha.

O jornalista Paulo Henrique Amorim, em seu site Conversa Afiada, comentou a suspensão ocorrida "num processo administrativo sumário". Segundo Amorim, a causa da punição foi Protógenes ter participado de um comício em Poços de Caldas, de que não participou. "A Polícia Federal não descobre o áudio do grampo. Não indicia os empreiteiros da Andréa Michael. Mas iniciou vários processos para punir Protógenes Queiroz judicialmente. Daniel Dantas está solto.", protestou Amorim.

Matéria atualizada para correção de informações

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