quinta-feira, 5 de novembro de 2009

TUCANODUTO DE MINAS

Mensalão mineiro

Barbosa aceita segunda denúncia contra Azeredo

5 de novembro de 2009

O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, aceitou nesta quinta-feira a segunda denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG), ex-governador de Minas Gerais, desta vez por lavagem de dinheiro. Na quarta, Barbosa havia votado a favor da abertura de processo contra o tucano por crime de peculato na campanha à reeleição em 1998.
Segundo o ministro, há indícios de conluio entre o senador e os demais acusados e também de participação direta de Azeredo nos crimes. Dez ministros ainda precisam apresentar seus votos. Para Azeredo se tornar réu é preciso que seis ministros votem pedindo a investigação.

Azeredo é acusado de ter cometido por sete vezes o crime de peculato e seis o de lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia, os crimes teriam participação do empresário Marcos Valério, apontado como operador do esquema. Na peça de acusação, a PGR pede a abertura do inquérito contra Azeredo. O processo contra outros suspeitos, como Cláudio Mourão, ex-tesoureiro da campanha tucana, tramita na Justiça Federal de Minas.

Na denúncia enviada ao STF, a PGR argumenta que houve desvio de recursos públicos da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) e do Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge). E define o esquema como "embrião" do mensalão petista, escândalo revelado em 2005 pelo então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) envolvendo supostos pagamentos para que deputados votassem a favor de projetos do governo em tramitação no Congresso.

Vista - O ministro José Antonio Dias Toffoli pediu vista do inquérito, o que adiou a sessão desta quinta. Toffoli justificou o pedido de vista dizendo que tem dúvidas em relação às denúncias. Especificamente, o ministro disse que quer examinar melhor um recibo de 4,5 milhões de reais que teria sido assinado por Azeredo. O senador disse nesta quinta que o papel foi incluído nos autos pelo ministro Joaquim Barbosa e que "é falso, com erros grosseiros".

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