sexta-feira, 19 de março de 2010

Cubanos residentes no Brasil condenam campanha contra ilha

Integrantes da Associação Nacional de Cubanos Residentes no Brasil (Ancreb) rechaçaram, na última quarta-feira (17), a atual campanha midiática contra Cuba, manifestando ao mesmo tempo a sua convicção de que a ilha continuará firme construindo seu próprio futuro.

Em uma declaração, a Ancreb afirma que a morte de qualquer pessoa é lamentável, mas é inaceitável a manipulação dos fatos, ao se qualificar incessantemente o réu falecido recentemente como preso de consciência ou preso político, quando na verdade, foi condenado por delitos comuns. A referência é ao preso Orlando Zapata Tamayo, que faleceu no último dia 23, após uma greve de fomo, na qual reivindicava telefone, televisão e cozinha na sua cela.

Entre as infrações cometidas por Zapata, os signatários da nota mencionam roubo, furto, agressão com arma branca, exibicionismo físico, alteração da ordem pública, danos à propriedade e vigarismo. Quando cumpria essas condenações, ele foi sancionado várias vezes por desordens na penitenciária.

A situação de Orlando Zapata, durante a sua prisão, pelos motivos antes mencionados, foi manipulada por interesses contra-revolucionários a serviço dos Estados Unidos, aponta a Declaração.

"É incrível, que apesar das informações fornecidas pelas autoridades cubanas, a mídia internacional e a brasileira não o mencionem como um preso comum. Do mesmo modo, são ocultados os esforços feitos para salvar a sua vida, apesar de ele ter rejeitado esses serviços em várias oportunidades", destaca o documento.

Acrescenta ainda que a assistência médica foi reconhecida pela própria família dele, conforme consta nas imagens registradas do diálogo de sua mãe com os médicos no hospital. "Evidentemente, a contrarrevolução necessitava de um mártir, mesmo que esse não fosse o caso. Por isso transformaram Orlando Zapata, um preso comum com um histórico delitivo longo, em um dito preso de consciência", afirma.

A Ancreb assinala que tudo isso resultou conveniente demais para alcançar seus objetivos anti-cubanos e o corpo de Zapata agora é exibido como troféu coletivo. Por outro lado, a declaração assinala que esses mesmos representantes da mídia não condenaram os suicídios de vários presos, que durante anos não foram julgados por meio de um processo judicial, que foram submetidos a torturas e alojados em condições infra-humanas na Base Naval de Guantânamo.

Além disso, prossegue, também não condenaram as torturas de Abu Ghraib, nem os numerosos suicídios que ocorrem em diferentes prisões européias, para citar alguns casos. Também ignoraram os vôos secretos de prisioneiros da CIA para cárceres clandestinos em países da Europa, onde pessoas foram torturadas e assassinadas sem processos judiciais e sem qualquer proteção.

Os cubanos residentes no Brasil garantem que por trás desta campanha está o interesse dos Estados Unidos de legitimar e obter impunidade para que seus agentes internos em Cuba possam cumprir sua missão desestabilizadora quinta-colunista.

"Outro personagem da contrarrevolução, em liberdade por motivos de saúde, começou desde sua casa uma greve de fome para que sejam libertados alguns mercenários pagos pelos Estados Unidos, presos em Cuba", afirma o texto, referindo-se ao jornalista Gulhermo Fariñas. Acrescenta que este personagem recusou, até alguns dias atrás, receber assistência médica.

Atualmente ele está internado em um hospital onde recebe a assistência médica necessária e adequada. "Como cubanos, que vivemos e trabalhamos honradamente neste país lindo, nos dói e nos indigna esta infame campanha de calúnias, que repudiamos. Estamos seguros de que Cuba continuará firme construindo um futuro melhor e continuará com o apoio solidário do povo brasileiro", ressalta a Declaração.

Com informações da Embaixada de Cuba

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