Repercute negativamente o encontro, em São Paulo, de Joaquim Roriz e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso

Roriz desmente FHC sobre articulação de palanque para Serra no DF

Ainda repercute negativamente para os tucanos a visita que o ex-governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PSC), fez na segunda (22), em São Paulo, ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Criticado no próprio partido por receber Roriz, a quem é creditado a gênese do esquema de corrupção no DF, FHC saiu com essa: “Ele bateu na porta de casa, como eu vou fechar a porta para ele?” Nota distribuída por Roriz conta outra versão que os tucanos não conseguiram desmentir.

A trapalhada tucana não resistiu aos detalhes da nota de Roriz, provável alvo da Operação Caixa de Pandora. Ele começa dizendo que jamais procurou alguém. “No mês passado, o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, veio à minha residência no Parkway acompanhado do vice-presidente executivo do PSDB nacional, o ex-ministro Eduardo Jorge, para me oferecer a legenda para uma aliança eleitoral no Distrito Federal em outubro próximo”, explicou.

Sérgio Guerra, um dos primeiros a criticar o encontro, afirmou que o acordo com o PSC é nacional e não está relacionado aos estados. O senador considerou que as denúncias envolvendo Roriz no esquema de corrupção do DF pode prejudicar Serra.

Ironicamente, quem recebeu o conselho contrário foi o presidente do PSDB. Diz o ex-governador do DF que achou a proposta de aliança viável pela “enorme” admiração que tem por FHC, mas aconselhou os tucanos a afastar dos cargos diretivos do partido as pessoas diretamente envolvidas no esquema de corrupção em Brasília. O PSDB assumia secretarias no governo de Arruda.

Detalhe do encontro

“Posteriormente, recebi um telefonema do ex-ministro Eduardo Jorge informando-me de que o ex-presidente Fernando Henrique desejava encontrar-se comigo. E que as bases para a aliança estavam aceitas. Por intermédio dele, marcamos o dia e a hora, segunda-feira, 22, às 17hs, na residência do ex-presidente da República, em São Paulo, Higienópolis”, diz Roriz, que foi acompanhado do próprio Eduardo Jorge, com quem se encontrou no aeroporto de Congonhas, do assessor de imprensa, Paulo Fona, e da fotógrafa Sheyla Leal.

Na nota, o ex-governador diz que tratou duas coisas com FHC. A primeira a condição de candidato a governador do Distrito Federal em outubro como líder de todas as pesquisas de institutos nacionais e locais. A segunda transmitiu solidariedade aos ataques sofridos por FHC pelo PT, partido que é radicalmente contrário.

Roriz disse ainda ao ex-presidente que apoiaria em Brasília o candidato do PSDB à Presidência da República, em outubro, qualquer que fosse o nome. Quanto à aliança com o PSC, disse que os tucanos poderiam apresentar um candidato ao Senado, na composição da chapa majoritária. E que o nome de sua preferência era o da ex-governadora Maria de Lourdes Abadia.


Iram Alfaia