Violinista do AfroReggae é enterrado ao som de 'Asa Branca'
Diego Frazão, de 12 anos, foi diagnoticado com leucemia.
Orquestra será batizada com nome de músico mirim.
Pai de Diego chega ao velório com violino do filho (Foto: Liana Leite/G1)
Ao som da Orquestra AfroReggae, foi enterrado na tarde desta sexta-feira (2), no cemitério de Inhaúma, subúrbio do Rio, o menino Diego Frazão, de 12 anos, mais conhecido como Diego do Violino. Ele morreu com leucemia na quinta-feira (1º).
Durante a cerimônia, José Júnior, coordenador do grupo, anunciou que a orquestra vai passar a se chamar Orquestra Diego Frazão. A celebração foi encerrada com a música "Asa Branca", tocada pelos companheiros de Diego.
A irmã do músico, Priscila, de 14 anos, também prestou uma homenagem ao caçula da família. A menina puxou um coro com uma música religiosa, que Diego gostava tanto quanto "Asa Branca". Os versos diziam: "Quem poderia imaginar que um menino ia ajudar a alimentar a multidão".
A mãe de Diego, Elenita, lembrou o filho através das outras crianças que também são amparadas pelo AfroReggae. "A vida não acabou aqui. Com este trabalho (do grupo) só fica na rua quem quer. Que Deus possa continuar abençoando todas as mães." Elenita está com câncer no cérebro e precisou ser amparada durante alguns momentos no velório.
Pai fica com violino do filho
O pai do jovem artista chegou ao velório do filho na tarde desta sexta-feira (2) com o instrumento musical do menino nos braços. Telmo estava acompanhado da mãe de Diego, Elenita, e da irmã do menino. Thiago, de 21 anos, irmão de Diego, também chorou muito pelo irmão.
“Meu filho saiu da favela para o mundo. Meu anjo não está mais aqui. Peço que rezem pela minha mulher, pela minha filha e pelo meu outro filho”, desabafou o pai, muito emocionado.
A irmã de Diego passou mal durante o velório. “Quero meu irmão de volta”, gritava sem parar.
Secretários acompanham velório e enterro
A secretária estadual de Educação, Tereza Porto, e o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, acompanharam o velório e o enterro de Diego.
“Estou aqui para homenagear uma pessoa que, pelo olhar e pelas lágrimas, transmitiu muita coisa. Nós precisamos de milhares de pessoas como ele. É um parceiro que vai, mas é um parceiro que deixa um exemplo. Tenho certeza de que ele vai continuar sendo um símbolo da paz”, afirmou Beltrame.
Tereza Porto estava muito emocionada: "Eu sou madrinha da orquestra de cordas, que Diego fazia parte. Ele era a luz da orquestra. Tenho certeza de que Diego vai iluminar o trabalho de seus companheiros. Temos ele como símbolo".
Um amigo do jovem, Matheus Lourenço, de 14 anos, elogiou o companheiro: "Ele era uma inspiração para mim", disse emocionado.
Unidade de saúde terá o nome do músico mirim
O secretário estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, participou apenas do enterro.
Em seu microblog Twitter, o coordenador do Afroreggae, José Júnior, contou que o artista mirim será homenageado por uma unidade de saúde: "A próxima unidade medica que será inaugurada pela secretaria estadual de Saúde também terá o nome do nosso anjinho".
Diego chorou durante enterro de um integrante do AfroReggae (Foto: Reprodução/TV Globo)
Diagnóstico
Um exame realizado na quarta-feira (31) havia apontado que Diego tinha leucemia.
O violinista ficou conhecido ao tocar, muito emocionado e chorando, um violino no enterro do também coordenador do AfroReggae Evandro João da Silva.
Evandro foi morto em dezembro do ano passado no Centro do Rio, num caso que ganhou notoriedade por envolver dois PMs.
Diego foi internado por causa de uma infecção generalizada, contraída numa operação de apêndice. No dia 29, ele foi transferido para a UTI pediátrica do Hospital de Saracuruna, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
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