terça-feira, 18 de maio de 2010

Executiva do PMDB aprova indicação de Temer para vice de Dilma

A executiva nacional do PMDB aprovou a indicação prévia do presidente da legenda e da Câmara Federal, deputado Michel Temer (SP), para ocupar a vaga de vice da chapa liderada pela pré-candidata à Presidência da República Dilma Rousseff. A decisão foi anunciada na manhã desta terça-feira (18), na sede do PMDB, no Congresso — e será oficializada na convenção do partido, marcada para 12 de junho, em Brasília.

Temer vê campanha "naturalmente vitoriosa"

“Aprovamos por unanimidade a indicação do presidente Michel Temer para compor a chapa de Dilma Rousseff como vice. Ele está praticamente confirmado na vaga”, declarou, logo após a reunião, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo no Senado.

Temer disse estar orgulhoso pela indicação, mas adotou o discurso da cautela. “É claro que eu fico muito entusiasmado com essa hipótese. Mais do que entusiasmado, mas com muita cautela. Vamos unir o PMDB para o levar a uma campanha naturalmente vitoriosa”, disse o deputado.

O peemedebista afirmou que pretende viajar pelo país, mas deve se manter no comando da Câmara. Segundo ele, é possível conciliar as duas coisas. “A campanha só vai começar efetivamente depois do dia 12 de junho, quando nós já estivermos praticamente em recesso. E o segundo ponto é que nos meses de agosto e setembro diminuem sensivelmente os trabalhos aqui na Câmara dos Deputados.”

Questionado se o seu comportamento como vice-presidente se assemelharia mais ao de Marco Maciel (DEM-PE), que aparecia pouco e quase não opinava publicamente sobre as ações do governo de Fernando Henrique Cardoso, ou ao de José Alencar (PR-MG), que frequentemente critica a política financeira do governo Lula, Temer prometeu discrição máxima. “Serei vice nos limites da Constituição. Quando ocupo um cargo, cumpro a tarefa constitucional. Serei extremamente discreto, como convém a um vice.”

Indicação previsível

O nome de Temer já era dado como certo desde que o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, saiu definitivamente do páreo. Meirelles ficou no comando da instituição e não vai disputar nenhum cargo em outubro. Os dois peemedebistas eram os nomes mais cotados do partido, que decidiu se unir ao PT na campanha presidencial deste ano.

Após a saída de Meirelles, Temer foi estimulado a ser candidato a vice pela própria Dilma durante um jantar no dia 4 de maio. Questionado sobre o convite na época, o presidente da Câmara saiu pela tangente: “Não foi um convite — ela disse apenas que, caso eu fosse o nome indicado pelo PMDB para ser vice na chapa, ela estaria politicamente feliz”.

Na semana passada, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, valorizou a aliança. “O PMDB é o melhor partido para indicar o vice da Dilma. É um partido que tem grande capilaridade, é a maior bancada da Câmara e do Senado, tem uma história do imaginário popular, de ter sido um partido que ajudou a reconstruir a democracia do país e tem companheiros muito valiosos no governo hoje, ministros, presidentes de estatais, diretores”.

Impasse apenas em quatros estados

A reunião da Comissão Executiva do PMDB — que durou menos de uma hora — discutiu três pontos: a data da convenção nacional, a data das convenções estaduais a partir do dia 15 de junho e o lançamento do nome de Temer como pré-candidato a vice na chapa da Dilma.

Após o encontro, Temer disse acreditar que as divergências entre o PT e o PMDB nos estados serão resolvidas a tempo. Os dois partidos estão disputando a indicação para governador em Minas Gerais, Bahia, Maranhão e Pará. “Onde há ainda algumas dúvidas teremos de hoje até o dia 12 de junho, ‘uma eternidade’, para tentar solucionar essa questão”, disse Temer. “Tenho a impressão de que não haverá problemas em relação a esses estados.”

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