segunda-feira, 10 de maio de 2010

Mais um MOTOBOY assassinado pela Polícia do Governador de São Paulo

E se ele for eleito? TOC...TOC...TOC

Chuíça (*): PMs de Serra espancam motoboy até a morte na frente da mãe

Polícia de José Serra espanca motoboy até a morte na frente da mãe

Quatro policiais militares foram presos neste final de semana suspeitos de terem espancado até a morte o motoboy Alexandre Menezes dos Santos, 25, na madrugada de sábado. Eles foram autuados em flagrante acusados de "homicídio culposo" (sem intenção de matar) e estão detidos no Presídio Militar Romão Gomes.

 Maria Aparecida Menezes, mãe do motoboy assassinado em SP

Maria Aparecida Menezes enterrou o filho no dia das mães. "Eu tentava segurar a mão do policial e pedia pelo amor de Deus para que parasse. Eles diziam que meu filho era vagabundo, e eles podiam fazer o que quisessem porque eram policiais."

O crime aconteceu em frente à casa da vítima, em Cidade Ademar, zona sul. “Eles ficaram meia hora batendo nele e depois o enforcaram na minha frente”, diz a mãe, Maria Aparecida de Oliveira Menezes.

Segundo ela, tudo aconteceu porque o jovem resistiu à abordagem dos PMs, que desconfiaram de sua moto sem placa.

“Podiam ter prendido por desacato, mas não precisava matar. Ele comprou a moto com tanto sacrifício e iria emplacar na terça-feira”, disse a mãe, com a nota fiscal do veículo nas mãos. Ela recebeu a reportagem em sua casa na noite de sábado, enquanto aguardava a liberação do corpo do filho.

Tudo começou por volta das 3h, quando Maria ouviu barulho de sirene. Por ser a hora em que o filho costumava chegar do trabalho de entregador de pizza, se levantou. Antes de chegar à porta, escutou os gritos de Alexandre. Ao sair, o jovem já estava sendo espancado.

“Comecei a gritar que ele era meu filho, para não baterem nele. Mas eles falavam que eu parecia um canguru pulando e que, se eu não calasse a boca, eles iriam me prender. Não sei por que tinham tanta raiva.”

Segundo ela, foram cerca de 30 minutos de pontapés e socos no estômago. “Eu tentava segurar a mão do policial e pedia pelo amor de Deus para que parasse. Eles diziam que meu filho era vagabundo, e eles podiam fazer o que quisessem porque eram policiais.”

Só pararam quando Alexandre caiu, inerte. “Eu ainda tinha esperança de que tinham dado alguma injeção, mas depois vi o pescoço do meu filho mole, a baba escorrendo e a poça de sangue crescendo.”

Nesse momento, Maria conta que os policiais se desesperaram. “Eles batiam no rosto dele, tentavam reanimá-lo. Quando viram que não tinha jeito, jogaram-no dentro de um carro e foram embora.”

Sem saber para onde ir, Maria correu para o Distrito Policial. Lá, alguém disse que o filho tinha apenas quebrado uma perna e estava hospitalizado. “Cheguei a sorrir. Mas durou tão pouco. Quando cheguei ao hospital, ele já estava no IML.”

Enquanto o corpo de Alexandre era submetido à necropsia, Maria prestava depoimento. Atrás do vidro escuro, reconheceu três dos policiais que espancaram o filho. “Até ontem, meu sonho era ter um filho policial. Agora tenho medo deles.”

Em casa, Maria recebeu o atestado de óbito. As causas da morte: asfixia e traumatismo craniano. Alexandre deixou um filho de três anos e foi enterrado ontem. “Que tristeza. Enterrar um filho no Dia das Mães.”

Para comandante da PM, assassinatos são sinal de "polícia preparada"

No mês passado, o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Álvaro Camilo (foto ao lado), escreveu carta de desculpas à mãe de outro motoboy. Eduardo Luiz dos Santos, 30, encontrado morto com traumatismo craniano e hemorragia em 10 de abril, três horas após ser abordado por PMs e levado a uma companhia da corporação na zona norte da capital.

O governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), autorizou o pagamento de indenização à família do motoboy.

Segundo o jornal Folha de S. Paulo informou semana passada, o número de pessoas mortas em confronto com a Polícia Militar no primeiro trimestre de 2010 subiu 40% em comparação a igual período do ano passado (de 104 para 146).

O comandante-geral da PM afirmou que o crescimento da letalidade é sintoma do aumento dos confrontos entre bandidos mais armados e policiais bem preparados. "A tecnologia utilizada fez com que a pronta resposta seja melhor. A polícia está chegando mais quando o delito ainda está acontecendo", afirmou.

"O bandido, por sentir-se mais fortalecido, talvez por estar com uma arma mais diferenciada ou mais potente, enfrenta a polícia. Aí, encontra um policial bem preparado. Esse é o diferencial", afirmou Camilo. Aplicada ao contexto da morte dos dois motoboys, que estavam desarmados, as frases do comandante da PM parecem uma piada de mau gosto.

A impressionante escalada de violência da polícia paulista, ao lado dos índices crescentes de criminalidade, sintetizam o fracasso da política de segurança pública que os sucessivos governos do PSDB aplicaram em São Paulo nos mais de 15 anos em que estiveram no comando do estado.

Nos comentários à matéria publicados no blog do jornalista Luiz Nassif, um leitor que assina como Ebrantino Correa resume bem as omissões presentes no episódio. "E como é que o Sr. Governador Alberto Goldmann, de São Paulo não demite toda a cadeia de comando – -é o minmo a ser feito, e depois condenar o assassino por homicido doloso, e qualificado. Ficamos reclamando, com razão, da polícia de Londres (que assassinou o brasileiro Jean Charles de Menezes), e não fazemos nada no principal Estado da União".

com informações da Folha de S. Paulo

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