terça-feira, 29 de junho de 2010

Blog Conversa Afiada - Paulo Henrique Amorim

Dilma desafia a Folha e mostra que o PiG não tem o que perguntar

No programa Roda Morta [Roda Viva], o funcionário da Folha tentou imprensar a Dilma Rousseff sobre os dois dossiês da Folha: o dossiê sobre a relação da filha do Serra com a irmã do Dantas; e sobre o Imposto de Renda de um grão tucano, Eduardo Jorge.

Por Paulo Henrique Amorim, no blog Conversa Afiada

Dilma deu o troco. Exigiu que a Folha mostrasse as provas de que os dois dossiês saíram da campanha dela. Dilma disse que processou o Serra, quando fez a acusação. E só não processou a Folha, porque respeita o direito de a Folha resguardar a fonte.

Mas, exigiu: cadê as provas? Ou seja, cadê o áudio do grampo? Dilma disse: numa democracia não se aceita acusação sem prova. Para ficar claro: o tal dossiê sobre a filha do Serra não é dossiê nenhum, mas um livro que o jornalista Amaury Ribeiro Jr vai lançar logo depois da Copa.

O livro vai se chamar Os Porões da Privataria. A “privataria” do governo FHC/Serra que, entre outras coisas, transformou o Daniel Dantas em “brilhante”, e vendeu a Vale na bacia das almas, por pressão do ministro do Planejamento José Serra.

É a privataria que será descrita pelo Amaury. E vai deixar o Serra nu. E, antes de ficar nu, Serra, com a Folha, acusou a Dilma de cumplicidade com o tal dossiê do dossiê do dossiê. E terá que responder por isso na Justiça.

E o mais importante, além da provocação do funcionário da Folha: Dilma disse que não se podem criar obstáculos à liberdade de imprensa, opinião, expressão e organização. Nisso, não se toca – disse ela.

Agora, sobre um novo “marco regulatório” para a mídia, isso é um assunto de controle público, e não privado – disse ela. Ou seja, Dilma não repudiou fazer, como a Cristina Kirchner, uma “Ley de Medios”. Ou seja, estabelecer controle público sobre a mídia. Através de uma lei publicamente discutida.

Como de hábito, os jornalistas do PiG fingiram não perceber o que ela disse. Mas a Dilma sabe que muita gente percebeu. Como este ordinário blogueiro.

O PiG não tem o que perguntar

O programa Roda Morta da TV Cultura também fez importante revelação. O PiG não tem o que perguntar à Dilma. E isso é muito significativo. Porque, como disse a presidente da associação dos jornais, Judith Brito, funcionária da Folha, o PiG é a oposição. (Porque, de fato, se depender do Álvaro Dias …)

O PiG estava bem representado ali na bancada. Dilma passou uma escavadeira sobre o funcionário da Folha que perguntou sobre a (falta de) infra-estrutura. Natural. Porque existe um PAC, o de verdade, e um “PAC da Folha”, que não sai do lugar.

O PiG quis saber se a Dilma é um poste; se a Dilma vai controlar o PT; se vai reduzir os impostos dos leitores do PiG; se vai taxar a fortuna dos leitores do PiG; se o Lula vai mandar nela; se há “desindustrialização” do Brasil — só se foi no governo do Farol de Alexandria (Fernando Henrique Cardoso).

(Faltou perguntar se o Bolsa Família é o Bolsa Vagabundagem.)

Dilma tirou de letra. A amostra que estava ali é lamentável. Se a elite do PiG não passa disso, é melhor chamar o Marcelo Bielsa. E, como diz o Luiz Claudio Cunha: “em todas as regiões do país, a aprovação popular do inventor de Dilma varia de 80% (sul) a 90% (nordeste), batendo em 84% no triângulo estratégico de Rio-São Paulo-Minas, onde se concentram 58 milhões dos 134 milhões de eleitores.”

Ao PiG e ao Serra só resta a baixaria. Que virá. (E o livro do Amaury, também.)

 

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