segunda-feira, 7 de junho de 2010

Como TIO REI entrou para o mundo da DIREITA ON LINE

Andrea e a Operação Castelo de Areia

Um dos documentos da Operação Castelo de Areia - amplamente divulgado na blogosfera - mostra anotações da Camargo Correia com o nome de Andrea Matarazzo, do antigo editor da revista Primeira Leitura ao lado do número 50.000.

É um papel rabiscado que, a rigor, não prova nada. Mas há um evento ocorrido em 2004 que pode explicar a anotação.

Algum tempo antes, Luiz Carlos Mendonça de Barros lançara a revista Primeira Leitura, que se tornou um bela alternativa editorial, inclusive fornecendo as bases para o "upgrade" tucano em direção ao chamado novo desenvolvimentismo. Problemas com o Ministério Público - em função das famosas fitas do BNDES - e outras complicações fizeram Luiz Carlos desistir da publicação, que foi repassada para os jornalistas. Até então estava solidamente alicerçada em boa tiragem e bom conteúdo.

Operou-se uma mudança que fez a revista dar uma guinada violenta para a ultradireita. Problemas de gestão, comuns em empresas dirigidas exclusivamente por jornalistas - eu que o diga - tornaram a revista deficitária. Já havia excesso de personalismo e esboço da guinada para a ultradireita - que passaria a marcar o PSDB de FHC.

p>Houve, então, um encontro na casa de Andrea Matarazzo - em frente o Clube Paineiras Morumbi - com grandes empresários pessoalmente convidados por Fernando Henrique Cardoso - já ex-presidente. Foram convidados os controladores da Camargo Correia, Banco Itaú, Santander e outras empresas, em um total de oito. Lá, solicitou-se expresamente contribuições para resolver os pepinos da revista.

Dada a palavra ao novo diretor, no entanto, os presentes - mesmo sendo politicamente conservadores - assustaram-se com a agressividade e com o radicalismo do discurso. Saíram francamente mal impressionados. e sem entender o apoio de FHC a tal radicalização.

Segundo um dos participantes, a tendência geral foi de não entrarem no jogo. Em respeito a FHC, o Santander bancou a terceira capa da revista por algum tempo. E talvez a Camargo tenha contribuído, mas sem contrapartida de publicidade.

O que demonstra que esse mergulho da imprensa no jornalismo barra-pesada foi pessoalmente estimulado por FHC, primeiro; por Serra, depois.

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