Andrea e a Operação Castelo de Areia
Um dos documentos da Operação Castelo de Areia - amplamente divulgado na blogosfera - mostra anotações da Camargo Correia com o nome de Andrea Matarazzo, do antigo editor da revista Primeira Leitura ao lado do número 50.000.
É um papel rabiscado que, a rigor, não prova nada. Mas há um evento ocorrido em 2004 que pode explicar a anotação.
Algum tempo antes, Luiz Carlos Mendonça de Barros lançara a revista Primeira Leitura, que se tornou um bela alternativa editorial, inclusive fornecendo as bases para o "upgrade" tucano em direção ao chamado novo desenvolvimentismo. Problemas com o Ministério Público - em função das famosas fitas do BNDES - e outras complicações fizeram Luiz Carlos desistir da publicação, que foi repassada para os jornalistas. Até então estava solidamente alicerçada em boa tiragem e bom conteúdo.
Operou-se uma mudança que fez a revista dar uma guinada violenta para a ultradireita. Problemas de gestão, comuns em empresas dirigidas exclusivamente por jornalistas - eu que o diga - tornaram a revista deficitária. Já havia excesso de personalismo e esboço da guinada para a ultradireita - que passaria a marcar o PSDB de FHC.
Dada a palavra ao novo diretor, no entanto, os presentes - mesmo sendo politicamente conservadores - assustaram-se com a agressividade e com o radicalismo do discurso. Saíram francamente mal impressionados. e sem entender o apoio de FHC a tal radicalização.
Segundo um dos participantes, a tendência geral foi de não entrarem no jogo. Em respeito a FHC, o Santander bancou a terceira capa da revista por algum tempo. E talvez a Camargo tenha contribuído, mas sem contrapartida de publicidade.
O que demonstra que esse mergulho da imprensa no jornalismo barra-pesada foi pessoalmente estimulado por FHC, primeiro; por Serra, depois.
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