Fica comprovado que Serra considera fortemente a hipótese de derrota em outubro. A quatro meses do pleito, ele já julga não ter alternativa senão bater duramente na antagonista Dilma. Mas isso representa já uma mudança de rumos da estratégia cuidadosamente traçada antes, que é a do diversionismo pseudo-progressista. Com isso, faz cair a carapuça de bom moço, paz e amor, “democrata de esquerda “, homem que agrega e outras coisas mais. Isso vai tudo pro espaço.
por Walter Sorrentino, em seu blog
Volta a imagem real: obcecado, inescrupuloso na disputa, homem arestoso, ele sim especializado nos dossiês como os que executaram a candidatura de Roseana Sarney (na época, aproveitando-se do aparelho de Estado ocupado por FHC). Demonstra ser homem capaz de se pautar pelo que há de mais reacionário – no caso, Veja, de sólidas tradições provocadoras golpistas. O rumo passa a ser o do fígado, de Sérgio Guerra e Tasso, que sequer têm certeza de se reelegerem senadores, aos Demistas raivosos que estão perdendo a legenda por falta de mercado consumidor.
Enquanto isso, o fato marcante da situação internacional que foi o atentado terrorista de Estado de Israel contra a ajuda humanitária a Gaza, fica sem resposta à altura por conta do candidato (não terá sido por isso que Veja programou essa manobra diversionista do suposto “dossiê”?). E as manifestações de Serra diante dos atos do movimento sindical e social desta semana deixaram claro o quanto eles representam o mata-burro do conservadorismo brasileiro. É mais um grande fator de risco para Serra. Depois de ir por esse caminho não há volta.
Serra esqueceu lições que ficaram perdidas no seu passado remoto: ser democrata de fundamento dá trabalho, é incompatível com o conservadorismo atroz de seu bloco. Democracia no Brasil só combina com progresso econômico e social.
Fonte: http://www.waltersorrentino.com.br/
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