quinta-feira, 22 de julho de 2010

Militantes de Serra ganham 800 reais por mes para participarem de caminhadas

Yeda Crusius não acompanha Serra em caminhada por Porto Alegre

Candidato do PSDB à Presidência percorreu trecho tradicional de movimentações políticas da capital gaúcha

Alexandre Haubrich, iG Porto Alegre | 22/07/2010 17:57

A passagem do candidato do PSDB à presidência, José Serra, por Porto Alegre, não parou nem o Centro da capital gaúcha nem o expediente de sua maior aliada no estado. As muitas pessoas que passaram por onde Serra fez sua caminhada pouco interagiram com o candidato, e a governadora Yeda Crusius (PSDB) continuou seu trabalho normal ao invés de participar do corpo a corpo. Candidata à reeleição, Yeda prometeu, após sofrer pressão da oposição, que só faria campanha das 7h às 8h30, de 12h às 14h e depois das 18h.

Desde o começo da tarde, cerca de duzentas pessoas se espalharam pela frente do prédio do Correio do Povo, na esquina da Caldas Júnior com a Rua da Praia, esperando que terminasse o encontro informal entre Yeda e Serra. A governadora encontraria o aliado no Mercado Público, e então fariam uma caminhada. A conversa, porém, ocorreu antes, em almoço na Rede Record, e Yeda percorreu apenas um trecho da caminhada que o horário permitia e seguiu para o palácio. A anfitriã ficou em casa enquanto o convidado foi caminhar.


Entre os cerca de 200 presentes, alguns políticos e cinquenta militantes pagos. Cada um recebe R$ 800 por mês para participar dos eventos do PSDB no Rio Grande do Sul. O trabalho começou dia 14 e vai até 3 de outubro, segundo um deles.

Além de caminhar, ao longo da tarde Serra também concedeu entrevistas a rádios gaúchas. À Rádio Guaíba, o candidato ressaltou que o deputado federal Indio da Costa, do DEM do Rio de Janeiro, foi escolhido por ideologia, e criticou a troca de cargos na chapa petista. "Temer é mercadoria", afirmou.

Alvoroço
Eram mais de três horas da tarde quando Serra saiu do prédio do Correio do Povo, e caminhou até o Mercado Público, atravessando a Rua da Praia e entrando pela Borges de Medeiros. A esquina entre as duas ruas, a “Esquina Democrática”, é um tradicional ponto de agitação política da cidade. Com rápidas paradas na Caixa Econômica Federal e em uma farmácia, onde Serra perguntou sobre a venda de medicamentos genéricos, o candidato andou ao lado do presidente estadual do PSDB, Claudio Diaz, do deputado estadual Nelson Marchezan (PSDB) e do candidato a vice governador na chapa de Yeda, Berfran Rosado (PPS).

A imprensa, em maior número do que os populares, foi quem causou mais alvoroço, subindo em tudo o que havia pelo caminho atrás de boas fotos, correndo de um lado para o outro em busca de um ângulo melhor. Na entrada de um prédio, quatro senhores bem vestidos puxaram aplausos ao tucano. Em seguida, alguém gritou “Dilma!”, outro gritou “PT!”, ouviram-se alguns comentários favoráveis, outros negativos, e uma senhora passou perguntando para a amiga quem era o tal Serra.

Já na Borges de Medeiros, antes que entrasse em uma banca para posar para mais fotos, José Serra ouviu um coro que gritava o nome de sua adversária petista. Quem acompanhava o tucano respondeu e gritou mais forte, até cessarem os gritos de “Dilma”. Abanando e sorrindo, Serra entrou em um carro que encerrou seu breve contato com os gaúchos.

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