sábado, 18 de setembro de 2010

Deu na FOLHA - Blog do Josias

Aliados de Serra tratam derrota como favas contadas


Aliados do candidato descrêem da hipótese de um 2º turno
Tucano fez a conta e concluiu que nã há tempo para virada

Seria preciso retirar de Dilma cerca de 9,4 milhões de votos



Fábio Pozzebom/ABr

A 15 dias do encontro dos eleitores com as urnas eletrônicas, integrantes das cúpulas do PSDB e do DEM jogaram a toalha.

O signatário do blog ouviu, nas últimas 48 horas, três caciques da oposição –dois tucanos e um ‘demo’.

Para atalhar as declarações protocolares, o repórter comprometeu-se a preservar a identidade dos interlocutores.

Sabendo-se protegidos pelo anonimato, os interlocutores discorreram sobre o desânimo que viceja ao redor de Serra.

Allcançado pelo celular na noite desta sexta (17), um líder tucano disse que a inviabilidade de Serra tornou-se “evidência matemática”.

Munido de cálculos que encomendara à assessoria, o grão-tucano contabilizou o tamanho do desafio.

Para evitar que Dilma Rousseff prevaleça já em 2 de outubro, seria necessário retirar dela algo como 9,4 milhões de votos.

Dito de outro modo: até a data da eleição, a pupila de Lula teria de perder pelo menos 627 mil votos por dia.


“Se a gente olha os percentuais das pesquisas, fica desanimado. Quando o percentual vira número de votos, entende-se o por quê”, disse o tucano.

Os cálculos foram feitos com base no último Datafolha. Consideraram-se apens os votos válidos, sem os brancos e nulos e os indecisos.


Os 57% atribuídos a Dilma correspondem a cerca de 74 milhões de votos. Os 30% de Serra, 36 milhões. Por trás dos 12% de Marina Silva, estão 16 milhões de eleitores.


Outro tucano que falou ao repórter realçou o fato de que Serra, “com erros e acertos”, já fez “tudo o que podia na campanha”.


No início, posou de oposicinista light. Repisou na propaganda a tese segundo a qual tudo o que funciona sob Lula seria mantido numa gestão tucana.

Alvejava Dilma, mas preservava Lula. Chegou mesmo a levar a imagem do presidente à televisão. A estratégia revelou-se improdutiva.

A partir do noticiário sobre a violação do sigilo fiscal de tucanos, o marketing de Serra elevou o timbre da campanha. E nada.

Sobreveio o episódio do tráfico de influência que produziu a queda da ministra Erenice Guerra (Casa Civil). O tucano resumiu:

“O Serra de hoje está distante do Serra dos primeiros dias da campanha como a Lua da Terra. E as pesquisas mostram que os dois Serras foram mal recebidos”.

O cacique do DEM que se dispôs a falar ao blog revelou maior afeição pelo segundo Serra, o candidato de discurso mais agressivo. Porém...

Porém, mesmo líder ‘demo’ disse que, a essa altura, o par de escândalos alardeados por Serra não devem abalar o favoritismo de Dilma.



“O caso da Erenice, mais diretamente ligado a Dilma, é mais forte que o da Receita”, declarou. “Mas o eleitor não está interessado. Nada parece furar o escudo de Lula”.

A percepção foi corroborada por duas novas pesquisas divulgadas nesta sexta. Uma do Ibope e outra do Vox Populi. Em ambas, a mesma realidade: Dilma surfa sobre os escândalos.

Os entrevistados revelaram uma apreensão comum. Acham que, consolidada a perspectiva de vitória de Dilma, resta à oposição zelar por suas bancadas.


Parecem mais preocupados com a disputa pelas cadeiras da Câmara e do Senado do que pelo assento de presidente.

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