sábado, 18 de setembro de 2010

Só 16% dos eleitores ligam violação de sigilo fiscal de tucanos a campanha de Dilma


por Jose Roberto de Toledo
18.setembro.2010 08:34:30

Apenas 16% dos eleitores atribuem a pessoas ligadas à campanha de Dilma Rousseff (PT) a quebra dos sigilos fiscais de parentes e tucanos amigos de Jose Serra (PSDB). E, mesmo entre esses, 1 em cada 3 continua declarando voto na petista.

No limite, apenas 10% dos eleitores brasileiros poderia não votar em Dilma por enxergar uma eventual participação sua no caso. O mais provável, porém, é que esses 10% já não votassem na petista.
A pesquisa Ibope/Estado/TV Globo mostra que o caso da violação de sigilos não atrapalhou Dilma nem beneficiou Serra: 74% disseram que o episódio não interferiu na sua intenção de voto e 19% nem souberam responder.

Apenas 2% do eleitorado disse que o caso o fez mudar de voto. E outros 5% que estão repensando. Porém, os percentuais são equivalentes quando cruzados pela intenção de voto. Ou seja, se Dilma perdeu 2% de um lado, ganhou outros 2% de outro.

Primeiro, o Ibope inquiriu os eleitores sobre o quanto ficaram sabendo do episódio: “Tomou ou não conhecimento das denúncias de quebra de sigilo de dados da Receita Federal?”. Só 48% responderam que sim.

Para essa metade do eleitorado que ficou sabendo do caso, o Ibope perguntou sobre o seu grau de interesse no assunto: 58% responderam que tinham pouco ou nenhum interesse. No fim das contas, apenas 10% do total do eleitorado se disse “muito interessado”, e outros 10% com “algum interesse”.

A pesquisa foi além, e tentou avaliar o quanto as pessoas compreenderam de um episódio tão complexo. Metade nem ficou sabendo. Da outra metade, apenas 2 em cada 3 responderam que as “pessoas que tiveram seu sigilo fiscal quebrado são amigos ou parentes” de Serra.

Isso significa que só 32% do total de eleitores entendeu que o tucano era a vítima da história. E, mesmo entre esses, a maior parte ainda vota em Dilma.

O Ibope perguntou quem estaria por trás da quebra do sigilo, na opinião do eleitor. Só 32% da metade que soube do caso apontou pessoas ligadas à campanha de Dilma como responsáveis. Ou seja, 16% do total.
Finalmente, o instituto pediu para o eleitor avaliar, na troca de acusações entre Serra e Dilma, “qual dos dois está agindo de maneira mais correta até agora em relação a este caso”. Para 10%, nenhum dos dois. Outros 28%, disseram que Dilma se porta melhor, e 18%, Serra. Mas na sua maior parte são os eleitores de ambos que puxam a sardinha para o seu lado.

O imbróglio ajudou Marina Silva (PV). Pelo menos 1 ponto porcentual dos 3 que ela ganhou nas últimas duas semanas veio diretamente do caso. São eleitores que tomaram conhecimento da quebra de sigilo, têm interesse no assunto e acham que nem Dilma nem Serra estão agindo corretamente.

Há outros sinais de benefício da candidata verde. Marina cresceu entre os eleitores de nível superior. Nesse grupo, 79% tomaram conhecimento do caso, e a maioria está interessada no assunto. No fim das contas, 68% dos mais escolarizados sabem e se interessam pela quebra de sigilo.

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