quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O Metrô de SP e as inacreditáveis promessas de Serra

Uma das promessas mais repetidas pelo tucano José Serra no horário eleitoral é a de construir 400 km de metrô nas capitais brasileiras. O eleitor precisa desconfiar. Em São Paulo, quando governador, não fez quase nada nesse importante meio de transporte urbano.

Quando os tucanos assumiram o governo de São Paulo, em 1995, o metrô tinha 43,4 quilômetros de extensão. Desde então, até 2010, ganhou mais 18,9 e chegou a 62,3 quilômetros. Isso dá menos de quilômetro e meio por ano!

Quando as linhas Amarela (Linha 4) e o prolongamento da verde (Linha 2) forem inaugurados, chegará a 78 quilômetros. Mas isto ainda está longe de acontecer: com Serra no governo foram inaugurados apenas alguns trechos da Linha Verde e um pequeno trecho, incompleto, da Linha Amarela (entre a Avenida Paulista e a Avenida Faria Lima).

Nesse ritmo, o metrô de São Paulo só vai alcançar 200 quilômetros no final do século, em 2070! Um levantamento feito na Assembleia Legislativa de São Paulo mostra que a construção está atrasada e insegura, ocorrendo acidentes graves, como o de janeiro de 2007 quando a futura estação Pinheiros desabou.

É um enorme descaso em relação ao meio de transporte mais usado em São Paulo, que reflete a mentalidade "empresarial" que domina o modo de governar dos tucanos e que só valoriza os aspectos financeiros em detrimento do atendimento às obrigações do Estado.

Entre as grandes capitais do mundo, o metrô de São Paulo é o mais lotado e chega a transportar quase dez passageiros por metro quadrado. Os usuários paulistanos sabem o sufoco que isso significa. Os usuários de outros estados podem desenhar no chão um quadrado de um metro de lado e colocar dez pessoas dentro, e ver o aperto que fica! É muito acima do padrão recomendável, que é quatro passageiros por metro quadrado. José Serra, pelo visto, não anda de metrô!

Ainda em relação ao metrô de São Paulo há outras coisas de que o tucano José Serra não fala:

1) a imprensa esteve cheia, nos últimos anos, de denúncias de pagamento de propinas e outras irregularidades. Uma delas envolve o suborno, pela empresa Alstom (fabricante de vagões ferroviários) a funcionários do governo de São Paulo, para vencer licitações. Isto está sendo investigado, em São Paulo, pelo Ministério Público Federal e Estadual, e na Suíça (onde fica a sede da Alstom) pela justiça de lá.

2) O custo de construção do metrô de São Paulo é extraordinariamente alto. em Madrí (Espanha), que construiu 40 quilômetros de metrô entre 1995 e 2003, o custo foi de 42 milhões de dólares por quilômetro. Em São Paulo, o custo é cinco vezes e meia maior, chegando a 229 milhões de dólares por quilômetro!

3) A manutenção do metrô piorou e as paradas de trens por problemas mecânicos se tornaram frequentes, chegando ao absurdo de acontecer uma colisão de trens, em 25 de novembro de 2009.

4) A tarifa do metrô de São Paulo é dez vezes mais cara do que no México e cinco vezes mais cara do que em Buenos Aires.

5) O governo do privatizante José Serra entregou a administração da Linha 4 (Amarela) para a empresa privada ViaQuatro, fazendo aumentar em cascata a tarifa dos outros transportes públicos interligados ao metrô. Além disso os reajustes das tarifas passaram a ocorrer anualmente; antes eram feitos a cada dois anos.

Dá para acreditar nas promessas do tucano José Serra?

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