A frase final da nota em que o comando tucano-privatista tenta negar o envolvimento com a montanha de panfletos ilegais contra Dilma Rousseff apreendidos neste final de semana numa gráfica
“A Igreja Católica não é a CUT”, diz aquela nota num tom arrogante de desrespeito para com os religiosos que apoiam Dilma e as centrais sindicais e demais organizações de trabalhadores e profissionais que, como aquela frase insinua grosseiramente, cumpririam ordens de comandos de campanha. A insinuação constrange organizações independentes, religiosas ou não, e que legitimamente participam da disputa eleitoral.
A frase é reveladora dos métodos esquivos de campanha da direita e seus aliados. A montanha de panfletos – a gráfica foi contratada para produzir 2,2 milhões, dos quais a Polícia Federal apreendeu um milhão – infringe a lei e a moralidade em vários e importantes pontos. O papelório, que foi apresentado como se tivesse a chancela da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (que prontamente desmentiu qualquer relação com aquela encomenda criminosa), contém mentiras contra a candidata Dilma Rousseff e a campanha das forças democráticas e populares neste segundo turno.
O maremoto de baixarias contra Dilma, cujo epicentro está nas cercanias da campanha do privatista José Serra, inspira uma reflexão sobre a natureza das campanhas políticas.
Disputas eleitorais existem para que os candidatos possam expor à sociedade as ideias e programas para dirigir o país, cabendo ao eleitor a decisão, que será revelada nas urnas. A cabine eleitoral é a arena onde estes rumos diferentes se confrontam, e o eleitor precisa estar suficientemente esclarecido a respeito das opções em jogo.
Não é o que se vê na campanha tucana, cujo jogo sujo serve para confundir o eleitor e esconder dele suas propostas neoliberais, antinacionais e antidesenvolvimentistas que não podem confessar no horário eleitoral. E que, por isso, são camufladas por mentiras, calúnias, injúrias e muita desconversa. Como os fariseus do Evangelho, batem no peito e proclamam uma religiosidade que até as paredes da Catedral da Praça da Sé,
A campanha eleitoral é um momento de verdade, mas não é isso o que se vê na campanha tucana em que o jogo sujo é o biombo para esconder o programa neoliberal que infelicitou o país quando eles estiveram na Presidência, com Fernando Henrique Cardoso e José Serra. Programa que o eleitor rejeitou em 2002, 2006 e vai voltar a derrotar este ano.
Os tucanos transformaram a campanha eleitoral num jogo de tudo ou nada. Repetem o mesmo figurino da direita que sempre foi fator de atraso e instabilidade no cenário político. Como não podem esclarecer seus propósitos, tratam a campanha eleitoral na ponta da faca. Sem força social ou política para saídas golpistas com as quais sonham, usam a força da mídia sob seu controle para seu jogo sujo. Demonstram querer tomar a Presidência da República de assalto, a qualquer custo, escondendo seu programa inconfessável atrás de palavras sonoras.
“Contra a mentira deles, a nossa verdade, o nosso trabalho”, disse o presidente Lula, reagindo a essa campanha de ódio marcada pela falta “de caráter e de hombridade”. Lula tem razão; é a disputa limpa, leal e de peito aberto que faz a democracia avançar. O eleitor vota com o cérebro e o coração; junta raciocínio e sentimento e sua escolha revela a adesão a um programa para o país e para os brasileiros. Por isso precisa ficar atento ao que os candidatos dizem na propaganda e comparar com o que fizeram no governo. É uma comparação fatal para o neoliberalismo tucano, da qual seu candidato José Serra foge.
Mas o eleitor vota também com suas ações combativas. Ocupa as ruas e praças para manifestar sua opção avançada. A mobilização é a força do povo contra o poder do dinheiro e do monopólio da mídia patronal. É a maneira mais eficiente de proclamar ao país qual o caminho escolhido. A convencer os indecisos e iludidos. A deixar claro: no dia 31 de outubro o eleitor não se engana e vota
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