A entrega da Medalha do Mérito Legislativo, marcada para às 15 horas desta quarta-feira (1o) no Salão Negro do Congresso Nacional, pode sofrer perturbações. É o que promete a oposição, inconformada com a homenagem que será feita ao fundador do Movimentos dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), Pedro Stédile. Ele é um dos 34 agraciados com a condecoração.
A oposição, principalmente a bancada ruralista na Câmara, quis impedir a entrega da medalha a Stédile, mas diante da impossibilidade de veto, ameaça intervir para impedir que a Medalha seja entregue ao líder do MST durante a sessão solene.
Para o deputado Brizola Neto (PDT-RJ), que indicou Stédile para receber a comenda, “é uma homenagem mais do que merecida. Ela será um símbolo para o Congresso Nacional, que tomou essa iniciativa, mesmo com alguns tentando criminalizar as ações do movimento”.
Ele diz ainda que a contribuição que ele deu ao país “é a luta que vem travando nesses anos todos pela terra. Ela nos faz repensar e refletir sobre o uso que vem sendo feito dela”.
O deputado tucano Antonio Carlos Pannunzio (SP) reclamou: "É um absurdo. Estou propondo uma intervenção no plenário para levantar esse ponto: essa medalha é voltada a personalidades que tenham prestado um serviço ao parlamento e ao país. Além de desrespeitar a lei, cometer crimes, incitar a violência, inclusive aqui dentro da Casa, o que esse camarada fez?", indaga, revoltado, o tucano.
Abelardo Lupion (DEM-PR) ameaçou: "Vou, na Comissão de Agricultura, entrar com uma medida de agravo, uma moção de repúdio contra essa homenagem. É um verdadeiro absurdo premiar um bandido, um chefe de quadrilha".
Outros agraciados
Instituída em
O ex-deputado estadual e ex-presidente do PCdoB do Pará, Neuton Miranda, também receberá a medalha (in memorian). Neuton, que morreu no início deste ano, foi indicado pela líder do PCdoB, deputada Vanessa Grazziotin (AM). Ele dedicou sua vida "à luta pela defesa das liberdades e da democracia no Brasil". E se destacou “pelo destemor ao denunciar os crimes do latifúndio no Pará”, destacaram os senadores Inácio Arruda (PCdoB-CE) e José Nery (PSOL-PA) na ocasião da sua morte.
Neuton começou sua militância política em 1968, como líder estudantil e diretor da União Nacional dos Estudantes (UNE). Durante a ditadura, foi perseguido e teve de ir para a clandestinidade. Com a anistia, voltou ao Pará e reorganizou o partido no estado. Era membro do Comitê Central do PCdoB e presidente do Comitê Estadual do Pará. Foi deputado estadual; presidente da Companhia de Habitação de Belém (Cohab) e Secretário Municipal de Habitação. Estava exercendo de Diretor do Patrimônio da União no Pará quando faleceu no dia 20 de fevereiro deste ano.
Dentre os agraciados este ano estão ainda o vice-presidente, José Alencar, indicado pelo presidente da Câmara, deputado Michel Temer (PMDB-SP); o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, indicado por Cândido Vacarezza (PT-SP); o ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, indicado por Inocêncio Oliveira (PR-PE) e a economista Maria da Conceição Tavares, indicada por Arlindo Chinaglia (PT-SP).
Veja a lista completa dos homenageados
De Brasília
Márcia Xavier
Com agências
Nenhum comentário:
Postar um comentário