terça-feira, 30 de novembro de 2010

Folha é desmentida pela Escola Nacional Florestan Fernandes

A Associação dos Amigos da Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF) divulgou nota em que desmente reportagem publicada no último domingo (28) na Folha de S. Paulo. A entidade nega que esteja passando por “crise financeira”, a qual seria motivada por “restrições impostas aos repasses do governo federal para o movimento”, como diz o jornal.

A nota explica que para manter o seu funcionamento autônomo, criou-se a Associação dos Amigos da ENFF, no início de 2010, que promove campanhas para angariar fundos. As campanhas também servem para promover o debate sobre a necessidade de que o povo brasileiro construa os seus próprios centros de educação e pesquisa.

“Até para aprimorar sua capacidade de defender-se de ataques insidiosos promovidos com frequência pela mídia patronal, pelos centros universitários que reproduzem as fábulas das classes dominantes e por intelectuais e jornalistas pagos para distorcer os fatos”, diz a nota.

E destaca que, como a própria reportagem esclarece, aliás em total contradição com o afirmado anteriormente, os recursos para a construção da escola foram fornecidos “pela União Europeia, pelo MST e pelas ONGs cristãs Caritas (Alemanha) e Frères Des Hommes (França)”, além de ter contado com recursos assegurados por campanhas com apoio de Chico Buarque, José Saramago e Sebastião Salgado.”

E mais ainda: a reportagem omite o fato de que a construção da escola, concluída no ano 2005, contou com o trabalho voluntário de cerca de 1.100 brasileiros e brasileiras que entenderam a necessidade premente de uma escola dessa natureza, oriundos e oriundas das mais variadas categorias profissionais e de movimentos sociais.

“Para esclarecer os fatos e desfazer uma série imensa de equívocos, incrivelmente reproduzidos em tão poucas linhas”, a nota diz que a escola não passa por uma “crise financeira”, como afirma a reportagem, simplesmente por não se tratar de um banco, nem de empresa privada.

Demanda legítima

A nota explica que a escola sofre carência de recursos econômicos para desenvolver os seus projetos, “como sofrem dezenas de milhares de escolas públicas brasileiras e toda e qualquer instituição autônoma, independente e identificada com a luta de nosso povo”.

Segundo a nota ainda, “a ENFF, desde a sua origem, nunca dependeu de recursos federais, embora seja essa uma demanda legítima, dado que ela é resultado do esforço concentrado e da mobilização de milhares de cidadãos brasileiros: trabalhadores, trabalhadoras e jovens que aspiram construir um centro de estudos e pesquisas identificado com as necessidades mais prementes dos povos do Brasil, da América Latina e de todo o mundo.”

Os cursos da ENFF são ministrados “em caráter voluntário, espontâneo e benévolo por mais de seiscentos renomados intelectuais e professores universitários brasileiros e internacionais”, dizem a entidade, reafirmando que a Escola Nacional Florestan Fernandes “não depende de recursos federais.”

De Brasília
Márcia Xavier

 

 

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