sexta-feira, 15 de abril de 2011

Com ajuda da mídia, direita articula resistência ao desarmamento

Anteontem foi O Globo, com seu principal editorial do dia sob o título "Plebiscito é perda de tempo"; ontem foi a Folha de S.Paulo que também trouxe editorial com o título "A falácia do plebiscito". A grande imprensa começa a se mobilizar toda contra a consulta popular para os brasileiros decidirem sobre a proibição do comércio irrestrito e sem leis, de armas no Brasil.

A proposta a ser apresentada ao Congresso Nacional estabelece sua realização no 1º domingo de outubro próximo. O Globo diz que o Estado deve é fiscalizar a aplicação do Estatuto do Desarmamento.

A Folha sustenta seu editorial com a argumentação que também está sendo invocada por todos os conservadores, as "bancadas da bala" nos Legislativos e os lobistas do comércio irrestrito de armas: a consulta à população não é adequada porque já houve o plebiscito de 2005 sobre o mesmo assunto.

Medo do voto e de dar a decisão à população

Entenderam, agora, porque no texto que postei aqui eu perguntava "quem tem medo do voto"? A consulta popular sobre a proibição de armas e contra este acesso fácil, irrestrito e irresponsável a armas em nosso país não é falácia coisa nenhuma.

Mas, como vocês veem pela reação da mídia à frente da resistência dos conservadores contra a manifestação da população, o problema é ideológico. Eles são contra referendo, consulta popular, plebiscito, enfim, contra a população manifestar-se e decidir, ela, sobre o assunto.

Já apoiar recentemente um novo plebiscito sobre o parlamentarismo, 10 anos depois da derrota de 1993, ninguém foi contra...muito pelo contrário, imprensa, direita, o amplo leque de conservadores em geral engajaram-se de corpo e alma na defesa daquela consulta.

Mídia tem de rever o que escreve e o que mostra na TV

Assim, não dá para entender! Ou melhor, dá. Nós todos sabemos as razões deles e seu medo de ouvir a população. Aplicar o Estatuto do Desarmamento, como defende O Globo, realmente é importante.

Tão importante quanto a mídia rever tanto o que publicam e defendem os jornais, quanto a programação que incentiva e louva permanentemente a violência e que está permanentemente presente em toda a programação de nossas TVs. Aliás, cada dia mais presente no próprio jornalismo. Tudo pela disputa da audiência e da concorrência.

Fonte: Blog do Dirceu

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