Em 1985, Sócrates ao lado de Lula e outros petistas; Doutor sempre atuou politicamente
Sócrates teve seu ápice como jogador em um momento conturbado da política brasileira, foi combativo e manteve a mesma postura após a aposentadoria. Figura comentada e conhecida do esporte brasileiro, o ex-jogador deixa, no entanto, poucos sucessores à altura no futebol.
O legado extra-campo de Sócrates é notório e foi revivido várias vezes desde sua morte, nas primeiras horas do último domingo. Revelado pelo Botafogo-SP, ele mudou-se para São Paulo para defender o Corinthians, mas nunca abandonou a faculdade de medicina em Ribeirão Preto.
No clube paulista, ele liderou um movimento ímpar na história do futebol nacional. Implantou, ao lado de Casagrande, Wladimir e outros, a Democracia Corinthiana, movimento em que os atletas discutiam premiações, contratações e decisões de todo tipo em pé de igualdade com a direção.
O período de liberdade, sem concentração antes dos jogos, fez Sócrates ganhar um status diferente no cenário esportivo. Com uma visão política de esquerda, ele nunca se absteve de posicionar-se mesmo nos tempos de ditadura militar e chegou até mesmo a participar de comícios a favor do retorno da democracia ao país.
Aposentado, Sócrates passou a mirar ainda mais nos dirigentes esportivos. Denunciou desmandos e abusos de diversos cartolas, angariou inimizades e parece, ao longo dos anos, ter feito poucos “herdeiros” fora de campo.
Atualmente, atletas se preocupam com a imagem que podem passar para patrocinadores, se afastam de polêmicas e adotam a tática do “politicamente correto”. Entre os personagens que se destacam no cenário atual está Paulo André, zagueiro do Corinthians.
Amigo de Sócrates, o jogador começou a ganhar notoriedade mesmo na condição de reserva do Corinthians por defender direitos trabalhistas dos atletas e até criticar cartolas. Em entrevista ao UOL, por exemplo, ele chegou a dizer que uma mudança no comando da CBF de Ricardo Teixeira seria benvinda.
Além dele, outros atletas mais experientes também são frequentemente lembrados como jogadores de “personalidade forte”. Ao contrário de Rogério Ceni, Marcos e até Rivaldo, que nunca comporiam essa lista, pois carecem de uma postura crítica e um pouco até de conhecimento.
Já aposentado, talvez o grande “herdeiro” de Sócrates hoje seja Romário. Desbocado nos tempos de atacante, ele virou deputado federal pelo PSB e no primeiro ano de legislatura se destacou pela postura crítica diante de dirigentes como Ricardo Teixeira.
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