A polícia militar de São Paulo tentou, mas não conseguiu intimidar o ato que pediu a investigação sobre o envolvimento da revista Veja com o bicheiro Carlinhos Cachoeira
Promovido pela União da Juventude Socialista (UJS), com o apoio de diversas entidades, o protesto, realizado na tarde de terça-feira (8), levou palavras de ordem e bandeiras à porta da revista.
Os jovens reivindicam que o dono do Grupo Abril, Victor Civita, e responsável pelo maior semanário, seja convocado à CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito), que acontece em Brasília, para explicar as relações criminosas da Veja com o bicheiro Cachoeira.
Intimidação
Mesmo sendo um protesto pacífico, mais de três viaturas da PM foram enviadas ao local. Após a manifestação, um policial oficialmente não identificado, mas que se apresentou como Sargento Renato, exigiu um documento com foto do responsável pela atividade.
Os manifestantes resistiram ao pedido — uma vez que a mesma solicitação já havia sido atendida por ordem de outros policiais na concentração para o ato – e foram ameaçados.
Em meio à tensão, Pedro Matinez, estudante de direito da USP e da Juventude do PT, acabou deixando o número de seu RG com o suposto Sargento Renato. Logo após, os estudantes se retiraram da sede da Abril cantando: “Polícia pra ladrão! Pra estudante não!”.
Criminalização dos movimentos sociais
A ação da PM na terça-feira soma-se àquelas realizadas no Pinheirinho, na Cracolândia e na USP, entre muitos outros locais, e reforça o caráter repressor e agressivo da coorporação no país.
No sábado passado (5) foi a vez de mais de 10 mil manifestantes, presentes à Marcha da Maconha, receberem gás de pimenta, balas de borrachas e bombas de efeito moral enquanto caminhavam pacificamente pela zona sul do Rio de Janeiro.
Lutar não é crime! Crime é fazer grampos e gravações ilegais, armar licitações públicas, plantar falsas denúncias em meios de comunicação de massa. Isso tudo apenas para garantir os interesses de bicheiros, donos da mídia e empreiteiros. O pior é ver que estes sim a polícia protege. Ops, esqueci. Isso é um trabalho para a Justiça. Justiça???
Por Carla Santos,
De São Paulo
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