O ministro Gilmar Mendes, ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, – também conhecido por Gilmar Dantas – apronta mais uma das suas contra a democracia, corroborando outra vez com o grande jurista Dalmo de Abreu Dallari que, em artigo publicado em 08 de maio de 2002, na Folha de São Paulo, alertava a nação para o perigo que representava a sua indicação para a mais alta Corte de Justiça do País.
O responsável por essa nefasta indicação foi o Coisa Ruim (FHC) que deixou o governo como o pior presidente de toda a História republicana brasileira. Além de ter institucionalizado a corrupção e ter praticado o maior crime de lesa pátria com o desmonte do Estado, ele deixou essa herança maldita para atentar contra a verdade, os movimentos sociais e sobretudo a democracia.
Esse ministro do STF se notabilizou como o maior defensor de bandido de colarinho branco, e o caso mais emblemático foi a concessão de dois habeas corpus a favor do banqueiro Daniel Dantas, dono do Banco Opportunyt, numa celeridade nunca vista na história do Judiciário brasileiro; também foi o responsável, para atender ao baronato da mídia, pelo fim da obrigatoriedade do diploma de curso superior para o exercício do jornalismo; também tem se notabilizado pela criminalização dos movimentos sociais e pela defesa dos agentes do Estado que praticaram crimes de lesa humanidade – sequestros, prisões ilegais, torturas, ocultamento de documentos oficiais e de corpos de democratas que lutaram contra a tirania da ditadura militar que durante 21 anos infelicitou a vida da esmagadora maioria dos brasileiros.
O ex-presidente do STF ainda não absorveu mais uma derrota do seu candidato José Serra – o Zé Bolinha de Papel, à presidência da República, e por isso busca se vingar do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Gilmar Mendes passou oito anos tramando contra o governo do presidente Lula, tendo armado com o hoje desmascarado senador Demóstenes Torres (ex-Demo de Goiás) a farsa do grampo (até hoje o áudio não apareceu) em seu gabinete, em conluio com a revista Veja, e que levou o presidente Lula, com a ajuda do quinta coluna Nelson Jobim, a cometer uma das maiores injustiças do seu governo ao destituir o delegado federal Paulo Lacerda do comando da ABIN e afastar o delegado Protógenes Queiroz do comando da Operação Satiagraha da Polícia Federal. Tudo para vingar o banqueiro-bandido Daniel Dantas que foi preso duas vezes por Protógenes, hoje deputado federal pelo PCdoB de São Paulo.
Ao dizer que o ex-presidente Lula o chantageou ao sugerir o adiamento do julgamento do mensalão em troca de blindá-lo na CPMI do Cachoeira, Mendes jogou por terra o pouquinho de credibilidade que ainda poderia desfrutar. Ele tinha como testemunha Nelson Jobim (seu amigo-irmão), mas este desta vez ficou do lado da verdade e negou peremptoriamente que Lula tenha feito essa imoral proposta. Com esse desmentido, também fica desmascarada, mais uma vez, esse lixo do jornalismo brasileiro, também conhecido por detrito sólido de maré baixa, a revistar Veja, cujo diretor da sucursal de Brasília, Policarpo Júnior, está atolado até o pescoço com o contraventor Carlinhos Cachoeira, ou seja, com o crime organizado. Segundo o deputado federal Fernando Ferro (PT-PE), a revista da famiglia Civita é o próprio crime organizado.
Já o fiz algumas vezes neste espaço e repito agora o que disse Dalmo de Abreu Dallari naquele artigo de maio de 2002 sobre a indicação do então advogado-geral da União, Gilmar Mendes “... Se essa indicação vier a ser aprovada pelo Senado, não há exagero em afirmar que estão correndo sério risco a proteção aos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional. Por isso é necessário chamar a atenção para alguns fatos graves, a fim de que o povo e a imprensa fiquem vigilantes e exijam das autoridades o cumprimento rigoroso e honesto de suas atribuições constitucionais, com a firmeza e transparência indispensáveis num sistema democrático...”
Dalmo Dallari conclui o seu artigo enfatizando que “A comunidade jurídica sabe quem é o indicado e não pode assistir calada e submissa à consumação dessa escolha notoriamente inadequada, contribuindo, com sua omissão, para que a arguição pública do candidato pelo Senado, prevista no artigo 52 da Constituição, seja apenas uma simulação ou ‘ação entre amigos’. É assim que se degradam as instituições e se corrompem os fundamentos da ordem constitucional democrática”.
Lula jamais faria uma proposta indecorosa, e, se o fizesse, jamais seria a Gilmar Mendes, seu inimigo, até porque este não tem mais o poder de procrastinar mais nada na mais alta Corte de Justiça do País. É imperioso desmascarar de vez esse ministro indo fundo na CPMI do cachoeira/Veja e, provado o seu envolvimento com o senador Demóstenes Torres e com o contraventor Carlinhos Cachoeira, pedir o seu impeachment ao Senado.
* Diretor de comunicação da Associação de Amizade Brasil-Cuba do Ceará, e membro do Conselho de Ética do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará e do Comitê Estadual do PCdoB.
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