sábado, 28 de julho de 2012

Tucano ao volante

Agora ficou claro o motivo dessa greve fora de hora. Com proximidade das eleições, interesses eleitorais dão a senha para o caos, com prejuízos para a população e governo, no final. Não poderia ser mais oportuno que a direção do PSDB estivesse por tras disso tudo. O laranja, Nélio Botelho, comanda pele INTERNET, com apoio do PSDB,  1,8 milhão de caminhoneiros, gosta de greves e votou duas vezes em FHC


Na rodovia Fernão Dias, nos dois sentidos, em alguns momentos do dia a soma dos engarrafamentos passou de 40 quilômetros. Cargas foram perdidas (Edésio Ferreira/EM/D.A Press)
Na rodovia Fernão Dias, nos dois sentidos, em alguns momentos do dia a soma
dos engarrafamentos passou de 40 quilômetros. Cargas foram perdidas



A greve dos caminhoneiros, que completou ontem o seu terceiro dia, divide os agentes do setor de transportes de carga no país. De um lado, está o Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), liderado por Nélio Botelho, que comanda a operação via internet e articula paralisações em vários estados. De outro, entidades ligadas a confederações e associações de transportadores autônomos e a empresas transportadoras são contra a paralisação por verem nela interesses individuais.

Todos defendem, no entanto, que é preciso aparar arestas na legislação que, depois de 40 anos de espera, começa a regulamentar o segmento. Ontem, o protesto causou transtornos em Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia e no Sul do país. Foram 27 pontos de bloqueio no país. O abastecimento ainda não ficou comprometido, mas os atrasos já causam prejuízos para muitos brasileiros que passam ou não pelas rodovias escolhidas como palcos das paralisações.


Quem é Nélio Botelho


Botelho foi eleitor de Fernando Henrique Cardoso em 1994 e 1998 e no PSDB nas últimas eleições, partido do qual,  o líder sindical se diz simpático.

Leandro Pimentel
Durante a infância, em Araxá (MG), Nélio Botelho fabricava seus próprios caminhões de brinquedo com latas de sardinha. Aos 34 anos, com dinheiro emprestado, comprou um de verdade. Na boléia do Mercedes 1113, o modelo mais barato da montadora, transportou cimento. Hoje é o presidente do Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC), que tem 1,8 milhão de filiados e coloca o governo em polvorosa a cada greve da categoria que ele comanda. “A greve só acontece porque o governo não faz nada por nós. Se pudesse ficava no mato, sou da roça”, diz o sindicalista. 

Em 1985, o líder dos caminhoneiros encabeçou a primeira greve nacional da categoria, que culminou com a criação dos primeiros sindicatos. Até então, os caminhoneiros eram vinculados aos sindicatos de taxistas. Botelho assumiu a presidência do primeiro sindicato de caminhoneiros, com base no Rio de Janeiro e no Espírito Santo.

Mas a estréia como líder aconteceria um ano mais tarde, durante a greve do transporte de combustível da refinaria da Petrobrás em Duque de Caxias (RJ). O sindicalista estava na linha de frente. “Vi o Botelho evitar que a polícia nos dispersasse”, conta Hércules Pereira, 44 anos, também fundador do MUBC. “O comandante da PM atendeu a um pedido dele.” 

Mesmo depois da greve de 1985, os caminhoneiros continuaram dispersos. Para mudar esse quadro, começou a idealizar o MUBC. 


Mas Botelho também enfrenta problemas internos. Um deles aconteceu na negociação de uma greve da categoria. Contrário à proposta do governo, ele não compareceu à reunião marcada  em Brasília. O presidente da Federação Interestadual de Caminhoneiros Autônomos, José Fonseca Lopes, foi ao encontro e assinou o acordo. “A greve não acabou com o acordo, mas com a violência da polícia”, diz Botelho. 



Botelho parou de estudar no primeiro ano ginasial e teve de sair de casa aos 17 anos porque o pai, ferroviário, passava por dificuldades financeiras.

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