São gritantes as manipulações em nome da “democracia” promovidas pelo monopólio da mídia. Cara de pau pura, pois a concentração de meios, a propriedade cruzada e o poder da mídia são inseparáveis da orgia anti-republicana entre poder econômico e Ditadura de 1964, que lançaram as bases do domínio do Partido da Imprensa Golpista (PIG) sobre a “opinião pública”.
Há quatro fundamentos desse discurso, dirigido sobretudo à classe média. O primeiro é o da suposta expertise econômica dos que quebraram o país, e que assentaram as bases da “estabilidade” sobre os instáveis e gananciosos fundamentos da especulação financeira, impondo um regime em que produzir é mais caro e menos lucrativo que especular. O movimento - claudicante, é certo, mas constante – dos governos Lula e Dilma visa a libertar o país da chantagem especulativa sobre a Nação. Graças a ele o país não afundou, mas a demora e a hesitação cobram seu preço.
Mesmo assim, a cantilena soa descarada, com previsões apocalípticas e o receituário dos especuladores, chantagem vendida como ciência econômica. Sem compromisso sequer com o que diz, a imprensa golpista coleciona sucessivos fracassos. A bola da vez são as pressões para aumentar os juros da taxa SELIC. Querem que outra vez paguemos o whisky 18 anos das “crianças”.
O segundo é a “ética”, ou melhor, o udenismo moralista. Como o sistema político brasileiro é mais plutocrático que democrático, não é possível uma vitória eleitoral “de esquerda” completa. A direita, sem dominar o centro, aproveita-se das fragilidades institucionais e dos desvios – que ocorrem na democracia – para capitanear uma “guerra santa” do pau oco. Longe de éticos, a direita e o PIG promovem um discurso de pureza com o apoio de ultra-esquerdistas que não admitem alianças, só com a direita. A ultra-esquerda, buscando retirar apoiadores da esquerda. E a direita, tentando deslocar o centro para a oposição, seja pela cooptação, seja pela intriga.
O terceiro é a campanha contra a integração latino-americana, a esquerda, a multipolaridade, em favor da posição de lambe-botas dos imperialismos estadunidense ou europeu. A América Latina só aparece na hora de qualquer problema – real ou inventado. E o elogio sem noção ao imperialismo, a despeito de seu caráter assassino e decadente. Somos instados a pensar sob a lógica deles, e convidados a partilhar da mesma atração fetichista pelo luxo, o consumo e a cultura do Norte. Pela ordem, nada pode ser pior para eles que Cuba e Venezuela. Mas , como canta Pablo Milanés, “o que brilha com luz própria, nada a pode apagar”, e foi com a decisiva contribuição de Cuba e da Venezuela é que os governos de esquerda isolam a partidarização direitista, mudando a região.
O quarto é a cínica reivindicação da “liberdade de imprensa” e a “democracia”. Não importa se já se foi porta-voz do Figueiredo, se carros do jornal eram emprestados para a repressão transportar torturados e mortos, as notícias mentirosas a retratar quem lutou contra a Ditadura como “bandidos” e “terroristas” e a ocultar as sevícias e os assassinatos. Não interessa o financiamento, as concessões pelos militares, a continuidade econômica desses setores como monopólio com base no dinheiro público. Merecendo o troféu “Óleo de Peroba”, arrotam uma democracia das elites, enquanto combatem qualquer avanço democrático. Não são democratas, e sim plutocratas.
Temos vivido nesses últimos dias o bombardeio articulado dos dois últimos esquemas, em com o circo montado para a Vice-Presidente para Cuba da Comissão de “Liberdade de Imprensa” da Sociedade Interamericana de Imprensa (o sindicatão do PIG), colaboradora do Instituto Millenium, queridinha das famiglias da comunicação, de Bolsonaro et caterva, a bem remunerada e apátrida Yoani Sanchéz.
É uma piada dizerem que se quisesse impedir Yoani de falar. Esconde-se assim a prática autoritária do bombardeio comunicacional contra Cuba. Querem, isso sim, intimidar, mentir, desinformar, e não admitem contestação. São profundamente autoritários contra quem ousa não baixar a cabeça ante seus ditados, e assim tem intimidado os governos e parte da esquerda.
É uma prática intimidatória feroz, e Yoani é parte dela. Jamais podiam esperar que a juventude negasse à di$$idente o apoio que esperava... Muito menos que essa juventude usasse as tradicionais armas da democracia estudantil (papel, lápis, cartaz, tinta e voz) e, agora, twitter, facebook e youtube, contra o inigualável aparato midiático dos sócios da SIP. Na desproporção dos meios é que se desnuda a mentira sobre a “censura”. Censurados estamos nós, estão os que defendem Cuba!
Que queriam os meninos e meninas? Primeiro, demonstrar amor à Cuba Socialista. Segundo, queriam falar! Yoani deve até hoje se tremer diante da entrevista
Talvez não esperasse que um rapaz franzino e de óculos lhe dissesse francamente o que todos já sabem – seus laços inconfessáveis com os EUA e os inimigos de Cuba. Mas o que jamais imaginaria, é que ele lhe estenderia uma folha de papel “terrorista”, uma declaração contra o Bloqueio a Cuba, sendo filmada, pedindo sua assinatura... Essa ela não esperava! Num gesto, expôs-se sua cumplicidade com os inimigos de seu país, os que predicam livre comércio, mas ameaçam e punem quem negocie com Cuba, impedindo até a ida de medicamentos.
Foi por isso que se montou a farsa da suposta violação ao direito de o PIG – porque ela é o PIG – se expressar. Uma cortina de fumaça para cobrir a vergonha de uma anexionista. E depois, fogo, sangue e ranger de dentes sobre a meninada: “terroristas”, disse Yoani, e a Veja os desumaniza, caricatura, mente, em verdade homenageia, em especial pelo ódio que devota à UJS.
E a meninada não se dobra. Pelo contrário, a juventude se reuniu no dia 23 de fevereiro em um inédito encontro de jovens do campo e da cidade, dos movimentos sociais, estudantis, sindicais, sem-terra, feminista e as juventudes políticas, para denunciar o monopólio da mídia e aprovar um programa único de lutas para fazer avançar as mudanças no Brasil.
No dia 04/03 começa o Congresso da CONTAG,
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