quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Oposição não dá nada a ninguém, quem tem o que dar é o governo?

Fatima Oliveira *

 

Foi sob a marca PT que tivemos os melhores governos do país


 Refletirei sobre o futuro. Entendo que fazer projetos de futuro e lutar para concretizá-los é parte indissociável do viver, seja na vida pessoal ou na esfera da política.

Chama a atenção a oposição ao governo Dilma: o estilo fora do contexto em que ela flutua, desconectada da vida do povo, com um discurso arcaico de retomada do poder e se emproando de falar de algo que não encontra ressonância na vida real... A oposição fala exatamente de quê?

Além da renitente oposição que atende pelo nome de PSDB, há uma oposição em gestação que diz não ser de direita nem de esquerda; estribada numa birra personalíssima de alguém que quer ocupar a Presidência da República com um discurso venenosamente angelical, messiânico, sem eira nem beira... Todas as facções são incensadas pela grande imprensa, que não se acanha em louvar que a primeira arma da batalha eleitoral é o bisturi!

São situações que merecem um pouco mais de pensar, pois são emblemáticas de muitas coisas. Uma delas é a incapacidade da oposição de perceber que as conquistas obtidas sob a marca governo PT não podem ser olvidadas, pois melhoraram a vida do povo, que é grato e reconhece com o voto, único gesto capaz de dizer dos seus sentimentos.

O discurso da oposição só ressoará em corações e mentes se for capaz de engolir o orgulho e a insolência defendendo o conquistado; de não desfazer das conquistas e se comprometer a dar um passo adiante nas políticas públicas. Há espaço para tanto, posto que há muito a fazer no rumo de um Estado de bem-estar social em nosso país.

Tenho a opinião de que o PT no poder poderia ter ousado muito mais, mesmo no formato de governo de coalizão. Nunca tive muitas ilusões com o partido no governo, apenas intuía que o sofrimento do povo poderia ser refrescado. O que é muito, comparando-se com governos passados. E continuo na mesma. Sempre avaliei que, sendo o PT um partido de extração reformista, jamais revolucionário, cuja grande aspiração nunca foi além de gerenciar a crise do capitalismo e concretizar alguns direitos, seria de bom-tom não sonhar demais. E continuo na mesma.

E, cá com meus botões, avalio que, infelizmente, apesar do muito mais que poderia ter feito, e não fez nem fará, foi sob a marca do governo PT que tivemos os melhores governos da história do país, nos quais o povo se sentiu valorizado e acariciado e é foco das atenções. Nem mais, nem menos.

É péssimo não haver uma oposição que se coloque como alternativa viável de progresso social, perpetuando no poder uma visão política que se sente "a última bolacha do pacote". Com a oposição antipovo que está na praça, todos perdemos, pois ela é incapaz até de dissecar a filosofia do Gonzagão ("Oposição não dá a ninguém, quem tem o que dar é o governo"), que sempre achei sem razão, mas que ilustra por que o povo tem deferência com governos que respondem minimamente às suas necessidades.

Para o historiador Frederico Pernambucano de Mello: "Para viabilizar ajuda a fim de abrandar o sofrimento de sua gente, para Luiz Gonzaga, o caminho mais fácil seria estar próximo e colaborar com o governo". Para Dominique Dreyfus, autora de "Vida do Viajante - A saga de Luiz Gonzaga": "Ele dizia que, como os respeitava (os militares), ia pro Planalto e conseguia muita coisa. Falou que conseguiu batalhar quando tinha uma seca, levar comida, levar ambulância, dinheiro. Luiz Gonzaga falava que era mais útil desse jeito. Então, ele tinha consciência que talvez tivesse alguma coisa errada".

 

 

Nenhum comentário:

Marcadores