quarta-feira, 24 de agosto de 2005


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Dirigentes de dos fundos de pensão enviam documentos à CPI.

Os dirigentes dos fundos de pensão do Banco do Brasil (Previ), da Petrobras (Petros) e da Caixa Econômica Federal (Funcef) vão hoje apresentar documentos e informações para o presidente da CPI do Mensalão, senador Amir Lando, e demais parlamentares que fazem parte da comissão em reunião fechada.

Segundo o presidente da Petros, Wagner Pinheiro, os fundos reuniram informações do início de 2002 até julho de 2005 sobre três pontos: investimentos eventualmente feitos nos bancos BMG e Rural no período; aplicações em títulos públicos federais feitas no sistema Selic e todos os gastos efetuados com contratações de serviços de terceiros.

Pinheiro acrescentou ainda que serão levados para a comissão todos os documentos relativos ao acordo com o Citibank no âmbito de empresas como Brasil Telecom (BrT), Telemar, Telemig Celular e Amazônia Celular, incluindo a opção de compra (conhecida como 'put') das ações do banco na BrT e na Telemar.

A chamada 'put' motivou uma medida cautelar do Tribunal de Contas da União na semana passada.Na segunda-feira, os dirigentes da Petros, Previ e Funcef, acompanhados de representantes do Citigroup, estiveram com o ministro Benjamin Zymler, que concedeu a cautelar. "Explicamos os detalhes do acordo e mostramos que este foi necessário para proteger as nossas participações", afirmou Pinheiro. "O ministro afirmou que vai avaliar os dados apresentados e nada impede que a decisão possa ser revisada", acredita.

Os fundos tinham encaminhado na semana passada cartas tanto para a CPI dos Correios quanto para a do Mensalão oferecendo a prestação de esclarecimentos. "Tenho lido notícias sobre acordo para não convocar os fundos de pensão na CPI dos Correios, mas se esses acordos existem nós não sabemos e muito menos participamos deles, estamos à disposição", afirmou Pinheiro.A Previ e a Funcef não possuem aplicações nos bancos BMG e Rural.

Já a Petros possui investimentos em Fundos de Direitos Creditórios (FIDCs) de ambos e também em CDBs do BMG. Ele esclareceu, no entanto, que todas as compras de CDBs são feitas nas carteiras de gestão terceirizada e que a Petros não faz decisão de compra, apenas estipula limites de exposição.

Segundo Pinheiro, a Petros continua com as aplicações no FIDC do BMG, mas já resgatou R$ 20 milhões dos R$ 26 milhões aplicados no FIDC do Rural."Essa decisão ocorreu em função das avaliações das agências de rating, que rebaixaram a classificação do banco. Não houve ingerência política nem para aplicação e nem para o resgate", adiantou o dirigente da Petros. "Esses valores e aplicações sempre foram públicos em nosso site e em nossos informativos, não há motivo para esconder, a rentabilidade dos FIDCs é muito boa".

Proveniente do movimento sindical - assim como os dirigentes da Previ, Sérgio Rosa; e da Funcef, Guilherme Lacerda - Pinheiro diz que a legislação do setor exige uma série de pré-requisitos para fazer parte da diretoria e dos conselhos das fundações. "É preciso ter curso superior e experiência comprovada em auditoria, gestão ou contabilidade, não deve haver preconceito de acreditar que entre sindicalistas não possa haver profissionais competentes.

Além disso, as indicações são divididas entre participantes e patrocinadoras e aprovadas pelos conselhos. Bons e maus profissionais existem em todos os segmentos", concluiu.

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