LULA GANHOU O DEBATE
Eliakin Aráújo
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Consegui com muito esforço ficar acordado até o fim do debate promovido pela Globo. Como tudo que a emissora produz, a assepsia foi a tônica do encontro dos três candidatos. Do cenário imaculado, com cadeiras milimetricamente separadas umas das outras e o chão azul com um brilho impecável, à formalidade do apresentador – mais parecido com um robô repetindo mecânicamente o script que trazia na ponta da lingua.
Indiscutivelmente, esse rigor do formato e das regras impostas aos candidatos transforma o que é ruim em muito ruim, ou seja, candidatos absolutamente despreparados conseguem um desempenho ainda pior. Que saudade dos tempos de Brizola, Ulisses, Covas…politicos competentes e brilhantes debatedores. Na impossibilidade de tê-los, somos obrigados a nos contentar com Alckmin, Heloisa e Cristovam.
Geraldo Alckmin justificou plenamente o apelido que alguém lhe pespegou com muita felicidade: picolé de chuchu. Parece que está sempre sem graça e envergonhado de estar ali. Sua principal estratégia, de atirar a esmo números e estatísticas sem nenhuma comprovação, leva o telespectador a duvidar de suas outras promessas. Alckmin, aliás, prometeu resolver todos os problemas do país, mas não disse de onde vai tirar os recursos necessários. Tentou desvencilhar-se do passado, quando provocado por Heloisa Helena que fez questão todo tempo de associá-lo aos desmandos do governo FHC.
Para os simpatizantes de Heloisa, ela é a que tem o discurso mais coerente. De fato, HH reproduz com eficiência o velho discurso petista que levou Lula à presidência na quarta tentativa, talvez não surta o mesmo efeito nos dias de hoje. Não prometeu muitas realizações, limitou-se a desafiar Lula e a distribuir pancada no governo FHC, com o evidente intuito de queimar Alckmin. Certamente seus eleitores se alinham entre os que se decepcionaram com o governo petista.
Cristovam Buarque parece aquele homem que todos queriam para pai ou avô. Muito bonzinho, cheio de boas intenções, mas não passa credibilidade. Nenhum dos outros candidatos tentou apertá-lo, o que prova que sua candidatura não oferece ameaça e está apenas cumprindo a tabela. Coloca a educação como principal meta de governo, mas não consegue nem de perto alcançar o brilho de Brizola que também pregava a educação como solução dos principais problemas brasileiros.
Indiscutivelmente, a ausência de Lula esvaziou o show promovido pela Globo. Particularmente, acho até que ele se daria bem, apesar do tiroteio que iria enfrentar, porque se beneficiaria do regulamento rígido. A cada ofensa, e seriam muitas, ele teria o direito de resposta, o que lhe garantiria um bom espaço no programa. Pessoalmente, acho que Lula foi coerente, pois se ele não foi ao debate nas outras emissoras, por que privilegiaria a Globo?
Em todo caso, se ele fez bem em não ir ao debate, só saberemos domingo ou após a divulgação das últimas pesquisas que devem estar sendo feitas nesta sexta-feira. Aos candidatos, não há mais nada a fazer. A sorte está lançada.
Eliakin Aráújo
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Consegui com muito esforço ficar acordado até o fim do debate promovido pela Globo. Como tudo que a emissora produz, a assepsia foi a tônica do encontro dos três candidatos. Do cenário imaculado, com cadeiras milimetricamente separadas umas das outras e o chão azul com um brilho impecável, à formalidade do apresentador – mais parecido com um robô repetindo mecânicamente o script que trazia na ponta da lingua.
Indiscutivelmente, esse rigor do formato e das regras impostas aos candidatos transforma o que é ruim em muito ruim, ou seja, candidatos absolutamente despreparados conseguem um desempenho ainda pior. Que saudade dos tempos de Brizola, Ulisses, Covas…politicos competentes e brilhantes debatedores. Na impossibilidade de tê-los, somos obrigados a nos contentar com Alckmin, Heloisa e Cristovam.
Geraldo Alckmin justificou plenamente o apelido que alguém lhe pespegou com muita felicidade: picolé de chuchu. Parece que está sempre sem graça e envergonhado de estar ali. Sua principal estratégia, de atirar a esmo números e estatísticas sem nenhuma comprovação, leva o telespectador a duvidar de suas outras promessas. Alckmin, aliás, prometeu resolver todos os problemas do país, mas não disse de onde vai tirar os recursos necessários. Tentou desvencilhar-se do passado, quando provocado por Heloisa Helena que fez questão todo tempo de associá-lo aos desmandos do governo FHC.
Para os simpatizantes de Heloisa, ela é a que tem o discurso mais coerente. De fato, HH reproduz com eficiência o velho discurso petista que levou Lula à presidência na quarta tentativa, talvez não surta o mesmo efeito nos dias de hoje. Não prometeu muitas realizações, limitou-se a desafiar Lula e a distribuir pancada no governo FHC, com o evidente intuito de queimar Alckmin. Certamente seus eleitores se alinham entre os que se decepcionaram com o governo petista.
Cristovam Buarque parece aquele homem que todos queriam para pai ou avô. Muito bonzinho, cheio de boas intenções, mas não passa credibilidade. Nenhum dos outros candidatos tentou apertá-lo, o que prova que sua candidatura não oferece ameaça e está apenas cumprindo a tabela. Coloca a educação como principal meta de governo, mas não consegue nem de perto alcançar o brilho de Brizola que também pregava a educação como solução dos principais problemas brasileiros.
Indiscutivelmente, a ausência de Lula esvaziou o show promovido pela Globo. Particularmente, acho até que ele se daria bem, apesar do tiroteio que iria enfrentar, porque se beneficiaria do regulamento rígido. A cada ofensa, e seriam muitas, ele teria o direito de resposta, o que lhe garantiria um bom espaço no programa. Pessoalmente, acho que Lula foi coerente, pois se ele não foi ao debate nas outras emissoras, por que privilegiaria a Globo?
Em todo caso, se ele fez bem em não ir ao debate, só saberemos domingo ou após a divulgação das últimas pesquisas que devem estar sendo feitas nesta sexta-feira. Aos candidatos, não há mais nada a fazer. A sorte está lançada.
Um comentário:
quem votar em Geraldo estará votando em Fernando, e isto é muito ruim, o Brasil não merece isto, é corvadia colocar estes homens no poder, para acabar com o que sobrou depois de Fernando Henrrique.
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