PSDB vira o ano fugindo de credores
BRASÍLIA - O PSDB vai virar o ano no vermelho e quem está sob pressão é o presidente nacional do partido, senador Tasso Jereissati (CE). Não bastasse o fraco desempenho do candidato tucano Geraldo Alckmin no segundo turno da corrida presidencial e da derrota em massa de seus correligionários no Ceará, Tasso teve de amargar críticas de companheiros da direção do partido. Agora, enfrenta uma legião de credores cobrando uma dívida partidária de quase R$ 16 milhões.
Segundo um dos membros do comitê financeiro da campanha que prefere não se identificar, desde a eleição o partido conseguiu saldar R$ 4 milhões do total dos débitos. O PSDB arrecadou R$ 62 milhões para bancar as despesas da candidatura de Alckmin, mas os gastos somaram R$ 81,9 milhões, totalizando uma dívida de R$ 19,9 milhões.
O representante do comitê financeiro acrescenta que a situação pessoal de Tasso junto aos credores do partido é difícil porque todos sabem que o senador é um empresário bem sucedido e dispõe de recursos. Além disso, depois das mudanças na legislação eleitoral para moralizar e baixar os custos das campanhas, os partidos tiveram que trabalhar com caixa único para evitar o caixa 2, na qual boa parte das despesas não entrava na contabilidade oficial dos partidos.
Com a regra, coibiu-se parte da tradicional prática de obter recursos de doadores que não queriam se identificar. O tucano ligado a Tasso explica que, em tempos passados, 70% das despesas corriam no caixa 2 e, como ninguém operava com registro contábil, ficava difícil cobrar as dívidas dos derrotados depois da eleição.
As maiores despesas da campanha presidencial de Alckmin foram com a produção de programas de rádio, televisão ou vídeo, que custaram R$ 15,7 milhões, seguida da publicidade por materiais impressos, que consumiu outros R$ 10,7 milhões.
Os outros dois itens mais caros, que constam da prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral, foram os eventos de promoção da candidatura (R$ 6,8 milhões) e as despesas com transporte ou deslocamento, em um total de R$ 4,8 milhões.
O marqueteiro Luiz Gonzales, responsável pela publicidade da campanha de Alckmin, já recebeu quase tudo o que cobrou. O principal da dívida é com fornecedores e prestadores de serviços e a maior parte deles são as gráficas responsáveis pela propaganda impressa e as agências de viagens.
PT
A campanha de Lula também deixou uma dívida a ser saldada pelo PT. Os R$ 10,3 milhões de débitos foram transferidos do comitê financeiro da campanha para o partido do presidente - foram gastos R$ 104 milhões e arrecadados R$ 94 milhões. Segundo o prefeito de Diadema, José Filippi Jr., que administrou as finanças eleitorais, a meta é cobrir todo o rombo por meio de doações que empresas estariam fazendo até o fim do mês.
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