Também o ambiente institucional, regulatório, se tornou mais escorregadio para a Globo.
Até agora, a Globo conseguiu, como demonstra o professor Murilo Ramos, da Universidade de Brasília, fazer com que o setor de radiodifusão fosse “o mais irregulado” do Brasil. Vale o que a Globo quer. Ou queria.
A começar pelo fato de o ministro das Comunicações não mandar mais. Pela primeira vez na Nova República, que começou com Antonio Carlos Magalhães no Ministério das Comunicações, o atual ministro das Comunicações, Hélio Costa (que, como eu, chefiou o escritório da Globo em Nova York), não manda sozinho no pedaço.
Quem manda mesmo é a chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. Foi ela quem decidiu que o sistema da tevê digital seria o japonês. Se foi por causa da Globo, tenho as minhas dúvidas...
É exatamente esse ambiente “irregulado” que agora pode se virar contra a Globo. No saco de gatos que a Globo montou nem ela manda mais.
Como é que a Globo vai evitar que a Telefônica tenha uma tevê por assinatura?
E a Brasil Telecom, que fatura num trimestre o que a Globo fatura no ano? (Aliás, é bom lembrar que tenho – com muito orgulho – um site no iG, empresa controlada pela Brasil Telecom). E se a Brasil Telecom comprar uma tevê por assinatura?
A Globo vai cobrir os céus do Brasil e desligar o transponder?
Paulo Henrique Amorin
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