sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Estudantes protestam contra Kassab pela ''CPI da Merenda Já!''

Protesto de ALUNOS pelo ataque aos estudantes promovido pela gestão TUCANA e DEMISTA em São Paulo

Com narizes de palhaço, faixas, apitos e entoando as palavras de ordem ''Merenda, merenda, cadê minha merenda?'' e ''Sou estudante, quero merendar, mas o Kassab não quer deixar. Fora Kassab!'', alunos da rede pública de ensino tomaram a galeria da Câmara dos Vereadores contra o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), nesta quinta-feira (13), em protesto contra a fraude nas refeições servidas nas escolas.

Pela investigação das denúncias

De acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo, a empresa Nutriplus, que presta serviço à prefeitura, incentivava as merendeiras a ''economizar'', pagando prêmios de R$ 40 por mês.

Segundo a reportagem, maçãs eram entregues aos alunos pela metade. Para a refeição render, pedaços de frango eram esmiuçados e misturados a legumes que não estavam previstos no cardápio. No molho de tomate, acrescentava-se água.
Diante da farsa, a Ubes ( União Brasileira dos Estudantes Secundaristas) e a Upes (União Paulista dos Estudantes Secundaristas) elaboraram uma carta aberta aos vereadores na qual pedem a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso. Os estudantes fizeram uma blitz nos gabinetes para protocolar o documento e deixar uma cópia com cada parlamentar.

''Entregamos o documento a todos os vereadores. Exigimos o esclarecimento das denúncias. Vamos acompanhar o caso e combater mais esse ataque da gestão Kassab a educação paulistana'', disse o presidente da Ubes, Thiago Franco.

Mais denúncias

O mesmo jornal publicou que, a pedido da multinacional Nestlé, a Prefeitura de São Paulo decidiu reduzir a qualidade nutricional da sopa que pretende distribuir em um programa que irá reunir pais e alunos aos sábados nas escolas e creches municipais.

A gestão Gilberto Kassab diminuiu a quantidade de carne, frango e verdura exigida na sopa depois de um apelo feito pela empresa durante uma consulta pública para a compra do produto.

A previsão de nutricionistas do município era que uma das sopas tivesse 7 kg de carne, 2 kg de cenoura e 3 kg de ''outras'' hortaliças (por 100 kg de sopa desidratada a ser distribuída). Com a mudança feita diante da manifestação da Nestlé, a mesma sopa deverá ter só 0,5 kg de carne, 0,8 kg de cenoura e 1 kg de ''outras'' hortaliças.

O Tribunal de Contas do Município (TCM) questionou a licitação e determinou a suspensão do pregão que ocorreria no dia de ontem para definir a fornecedora. O TCM questiona a contratação de somente um fornecedor e o prazo para entrega do produto, dia 15 de setembro. Há a exigência de embalagem personalizada. Só uma grande empresa e com infra-estrutura pronta poderia ganhar a concorrência. Ou seja, fizeram um edital de licitação aos moldes da Nestlé.

O presidente da Upes, Tiago Andrade, lamentou mais esse ataque aos estudantes promovido pela gestão tucana e demista em São Paulo. ''Aqui é assim: Tropa de Choque num dia e repressão ao movimento estudantil dentro das escolas no outro. Agora, fraude na merenda. Qual será o próximo golpe do Kassab contra os estudantes?'', questionou. ''Estaremos atentos aos próximos passos da investigação. Queremos a CPI e a punição aos culpados'', disse.
Participaram do protesto lideranças de outras entidades e o ex-presidente da UNE, Gustavo Petta, que também fez a denúncia em seu blog.

Leia abaixo a carta aberta em repúdio a fraude na merenda escolar:

Sem merenda na escola não dá!Pela instalação de uma CPI já!
A Prefeitura Municipal de São Paulo, atendendo a uma solicitação da Multinacional Maggi - Nestlé adotou uma medida que vai contra o desenvolvimento da educação no Município de São Paulo.

A medida é de diminuir a quantidade de carne, cenoura e de outras hortaliças na merenda escolar, para possibilitar a participação de seus produtos no pregão eletrônico do município.

A empresa Nutri Plus, empresa terceirizada, responsável pelo fornecimento do alimento oferece um bônus mensal de R$ 40 reais às merendeiras que reduzirem a quantidade do alimento dos estudantes das escolas municipais. O que comprova a ineficácia das privatizações e das terceirizações.

O fato foi recentemente noticiado pelo jornal ''Folha de S. Paulo'' e pelo ''Portal Estudantenet'', a partir de denúncias de nove cozinheiros das escolas que, indignados com a medida, se recusaram a receber o abono.

Baseado nessas denuncias a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e a União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), por entenderem a importância da merenda escolar de qualidade na educação dos estudantes, tendo em vista que esta é a única refeição de milhares de estudantes paulistanos, vem a publico exigir a instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apure as suspeitas de corrupção e as irregularidades no uso dos recursos públicos na gestão da merenda escolar, nesta que é a principal cidade do País e deveria ser modelo de educação pra nossa nação.

São Paulo, 13 de setembro de 2007
União Brasileira dos Estudantes Secundaristas - Ubes
União Paulista dos Estudantes Secundaristas - Upes

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