Engraçado como o PT traz preocupação em setores da oposição, principalmente os mais ferrenhos adversários, como é o caso dos TUCANOS. Deveriam preocupar-se com a casa deles, em vez de vigiar a casa do vizinho.
CONVENÇÃO
A exemplo do PT, o PSDB prepara-se para renovar a sua direção nacional. Em convenção marcada para 23 de novembro, o senador Tasso Jereissati (CE) deve ser substituído na presidência da legenda pelo também senador Sérgio Guerra (PE), ex-coordenador da frustrada campanha presidencial de Geraldo Alckmin.
Integrantes do grupo de Fernando Henrique Cardoso patrocinaram uma articulação para tentar acomodá-lo na vaga de Tasso. O ex-presidente chegou a animar-se com a possibilidade. Porém, deu meia-volta ao notar que os governadores tucanos José Serra (São Paulo) e Aécio Neves (Minas Gerais) torceram o nariz para a idéia.
Os partidários de FHC entendiam que ninguém mais do que ele teria autoridade para dar ao partido uma feição oposicionista. Nos subterrâneos, Serra e Aécio deram a entender que o oposicionismo linha dura não lhes interessa. Preferem preservar a relação de morde-e-assopra que vêm mantendo com o governo Lula.
Diante da impossibilidade de ser ungido pelo partido, FHC preferiu associar-se, ele próprio, à costura do nome de Sérgio Guerra, considerado mais "neutro". No momento, Guerra conta com o apoio dos principais cardeais do PSDB. Está muito próximo da aclamação.
Há ainda um pequeno grupo manejando no tabuleiro o nome de Geraldo Alckmin. Mas são escassas as chances de que o ex-presidenciável venha a substituir Tasso. Tão exíguas que o próprio Alckmin evita posicionar-se como candidato à sucessão interna. Mesmo entre quatro paredes, simula desinteresse pelo posto. Restou-lhe a alternativa de concentrar-se na pavimentação de uma candidatura à prefeitura de São Paulo, em 2008.
Além da escolha do novo presidente, o tucanato fará uma atualização do seu ideário e do seu estatuto. A legenda considera que o programa em vigor, aprovado em 1989, caducou. Entende-se que os principais desafios previstos no texto -a estabilidade econômica e a universalização do acesso à escola, por exemplo-já foram vencidos.
O partido vem realizando seminários regionais, para colecionar idéias. Já fez meia dúzia de encontros. Fará mais dois: desenvolvimento social, em 14 de setembro, e desenvolvimento regional, em 17 de setembro. Vencida essa fase, o PSDB reunirá, em 22 de novembro, véspera da convenção em que será escolhido o novo presidente, o seu 3º Congresso Nacional. Servirá para aprovar as mudanças programáticas e estatutárias.
É no mínimo curioso que, nesse instante de "renovação", o tucanato hesite em assumir os seus supostos pendores oposicionistas. Além de Freud, só uma pesquisa encomendada pelo próprio PSDB é capaz de explicar o drama.
Conforme já noticiado no Blog do Josias (http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/), uma sondagem de opinião pública feita a pedido do PSDB indicou que a popularidade de Lula é tão viçosa que, não fosse pelo óbice constitucional, 56% dos eleitores brasileiros topariam reeleger o presidente para um terceiro mandato. Serra e Aécio, as duas principais alternativas de poder dos tucanos, aparentemente preferem não dar murro em ponta de fato.
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