quarta-feira, 3 de outubro de 2007

PORTA ABERTA

Jovens protestam contra a edição desta semana da revista VEJA

Dezenas de jovens se reuniram em frente à sede da Editora Abril na capital paulista, nesta terça-feira (02) para protestar contra a matéria da capa da Revista Veja "Che, a Farsa do Herói". Cantando palavras de ordem como "Esse Panfleto, Ninguém Respeita: Revista Veja é Partido da Direita", os manifestantes queimaram mais de 60 exemplares antigos da revista.


A matéria assinada pelos jornalistas Diogo Schelp e Duda Teixeira, aproveita a lembrança dos 40 anos do assassinato de Ernesto Guevara Lynch de la Serna - no dia 8 de outubro de 1967 na Bolívia - para divulgar um verdadeiro panfleto contra Cuba, Fidel Castro e o socialismo.

Além disso, o texto tenta aliar a figura de Che Guevara com a de um jovem sanguinário. "A matéria tenta emplacar a idéia de que Che era sedento por sangue, que só pensava em matar e menosprezava o ideal socialista em nome da morte. Mas quem conhece a história sabe que Guevara era antes de tudo um humanista, disposto a dar a própria vida em nome de seus ideais e por um mundo mais justo para todos. Ele sempre lutou pela vida e pelo socialismo", contesta Rodrigo Moreira Campos, presidente da União da Juventude Socialista (UJS) na capital.
"Estamos queimando a revista que tenta queimar a memória de um dos maiores heróis da juventude. A Veja, com esta matéria, mais uma vez mostra o seu caráter ideológico, reacionário e descomprometido com o jornalismo sério.", explicou Rodrigo.
Para a diretora da UNE, Ana Flávia Marques, o intuito da atividade, além de denunciar o jornalismo baixo exercido pela revista, era de levantar o debate acerca da democratização dos meios de comunicação e cobrar a instalação imediata da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Abril-Telefônica. "Cada vez mais a Revista Veja se mostra uma verdadeira porta-voz dos setores mais conservadores do Brasil. A editora Abril não se cansa de cobrar ética das instituições, mas tenta a todo custo inviabilizar a instalação de uma CPI para investigar supostas ações ilícitas na compra da TVA"
Também esteve no ato o militante da Juventude Revolucionária 8 de Outubro (alusiva à data do assassinato de Che) - JR8, Gabriel Alves, e lembrou que essa era mais uma ação de manipulação da Revista, contra os movimentos sociais e líderes históricos da juventude.
Os manifestantes prometem fazer outras atividades, em memória aos 40 anos do brutal assassinato de Che Guevara, pela democratização dos meios de comunicação e pela apuração das denúncias que envolvem a editora Abril.
De São Paulo,
Ticiane Alvarez

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