"A oposição tem toda legitimidade de defender os lucros dos bancos. Qualquer partido que queira defender o lucro dos banqueiros, nós viremos para a discussão. O governo entendeu que esse era o melhor caminho (aumento na CSLL e no IOF), oneraria menos os setores da economia e fez a proposta. Se a oposição tem outra proposta para apresentar, ótimo, vamos discutir a proposta da oposição também", afirmou.
"Pequeno ajuste necessário"
Ele garantiu que o governo terá os 41 votos necessários para aprovar a matéria no plenário do Senado. Um mês atraso, a base governista não reuniu mais que 45 dos 49 votos necessários para prorrogar a vigência da CPMF.
Para o líder fo governo, a decisão do Ececutivo "foi um pequeno ajuste necessário" no IOF e na CSLL, que, acredita, não representará grandes prejuízos aos trabalhadores. Jucá explicou que, com relação ao ajuste do IOF, houve somente uma transferência da cobrança da CPMF para este imposto, mas com isenção da cobrança sobre algumas operações que atingem diretamente a sociedade, como a poupança e o financiamento habitacional.
Jucá admitiu quebra do compromisso de não aumentar impostos para compensar a CPMF, mas apenas no tributo que incide sobre os bancos. "Houve sim uma quebra de acordo, mas apenas com relação à CSLL, porém o aumento vai recair somente sobre o lucro dos bancos, um dos segmentos que mais têm sido beneficiados economicamente", argumentou.
Nos demais aspectos, não houve queda de acordo, frisou o líder do governo. "No orçamento não houve, no IOF, na CPMF não houve. O governo não criou imposto novo, viveu uma conjuntura nova e resolveu antecipar algumas medidas que seriam tomadas em fevereiro", acrescentou.
Ponto débil do discurso oposicionista
"A oposição tem de entender que acabamos o ano com um déficit de R$ 40 bilhões (com o fim da CPMF). O governo tinha duas alternativas: esperar até fevereiro para tomar alguma medida ou tomar logo. O presidente Lula entendeu que esperar para um déficit de R$ 40 bilhões não seria salutar para a leitura da economia brasileira", disse Jucá.
"O governo está disposto a conversar e a negociar com os partidos de oposição", reiterou Jucá. As alternativas buscadas pelo governo para cobrir o rombo causado pelo fim da CPMF, onerando os altamente lucrativos bancos e operações financeiras, criam dificuldade para a oposição sensibilizar a opinião pública com sua bandeira contrária a qualquer aumento de impostos.
No Café com o Presidente desta segunda-feira (7), o o presidente Luiz Inácio Lula da Silva explorou esse ponto débil do discurso oposicionista. Segundo afirmou Lulaem seu programa semanal de rádio, "os banqueiros não reclamaram" do aumento do imposto sobre o seu lucro líquido "porque os bancos tiveram muito lucro nesses últimos anos" e agora "vão poder pagar um pouco mais".
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