Seis anos depois de o projeto ser anunciado, os gastos com o complexo, incluindo obras, plantas arquitetônicas e consultorias internacionais, estão em R$ 461,5 milhões - 576,87% acima dos R$ 80 milhões originalmente estimados, em outubro de 2002. Isso sem contar o mobiliário, ainda não licitado. O percentual é bem superior à inflação acumulada no período, medida pelo INPC: cerca de 30%.
Para não deixar dívidas para seu sucessor, o prefeito terá que gastar ao longo deste ano R$ 282,2 milhões só com os contratos já firmados ou em acertos finais com as empreiteiras. O cálculo foi feito pelo jornal O Globo, com base em dados do Fincon, sistema de acompanhamento do orçamento da prefeitura.
O valor é quase o que o município previu gastar em 2007 com obras, aluguel de equipamentos e melhorias no entorno dos complexos esportivos onde foram disputados os Jogos Pan-Americanos (cerca de R$ 300 milhões). Apesar dos custos, Cesar Maia defende o complexo. E faz ironia ao dizer que seria piada imaginar que um projeto de tamanha complexidade saísse por valor muito mais baixo:
"Como sempre, se confunde uma etapa licitada com todo o projeto, que foi sendo fechado progressivamente", disfarça César Maia. "A Cidade da Música é o mais amplo projeto de salas de concertos, ópera e balé. É a mais sofisticada e a maior do mundo. Se custasse o equivalente a US$ 50 milhões (cerca de R$ 88 milhões), seria risível."
Por sua vez, o secretário municipal das Culturas, Ricardo Macieira, explicou que a estimativa inicial de R$ 80 milhões se baseava em estudos preliminares. "Ao se propor um projeto com essa qualidade, é difícil fechar um orçamento logo de primeira. A Cidade da Música é um equipamento único em toda a América Latina. Ela ajudará o Rio a manter sua centralidade cultural no país."
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