Um protesto dos professores da rede pública de ensino nesta sexta-feira (18) terminou com oito pessoas presas no Centro Administrativo, em Porto Alegre. Os trabalhadores pressionavam pela aprovação do Piso Salarial Profissional Nacional da categoria, que tramita no Congresso.
A presidente do Sindicato dos Professores Públicos Estaduais do Rio Grande do Sul (Cpers/Sindicato), Simone Goldschmidt relata que a Brigada Militar agiu com truculência durante a ação. De acordo com ela, os oito manifestantes, entre eles um estudante, foram algemados e ainda submetidos a constrangimentos.
"Durante o trajeto até o Palácio da Polícia eles foram o tempo inteiro provocados pelos brigadianos, no sentido de que eles não pensam que vão fazer aqui no Estado do Rio Grande do Sul o mesmo que acontece na Colômbia ou na Venezuela", conta.
Simone adianta que, em breve, deve haver uma reunião na Casa Civil com representantes de movimentos sociais, a fim de discutir a violência da polícia durante as manifestações. Na avaliação da sindicalista, a repressão da Brigada Militar mostra a disposição do governo frente às reivindicações dos trabalhadores.
"É uma postura de governo, de repressão de todo movimento social. É uma postura extremamente autoritária, arbitrária", critica.
O subcomandante da Brigada Militar, coronel Paulo Mendes, afirma que os professores estavam trancando as entradas do Centro Administrativo, impedindo a entrada dos funcionários. Segundo ele, não houve exagero na atuação dos policiais, que pretendiam apenas manter a ordem.
"A Brigada Militar não é violenta. A Brigada Militar utiliza a força de acordo com um código de conduta de aplicação da lei, previsto pela ONU. Nós não podemos conviver com baderna, com invasões, isso aí a Brigada Militar não está tolerando", garante.
O ministro da Justiça, Tarso Genro, e o secretário da Casa Civil, César Buzatto, intermediaram a liberação dos detidos. O secretário garantiu, ainda, que irá tentar a negociação da pauta da categoria junto ao governo do Estado. Além de reajuste salarial, os trabalhadores querem discutir o fechamento de mais de cem escolas no Estado por determinação da Secretaria de Educação. Professores de todo o país paralisaram as atividades nesta sexta-feira, pedindo a aprovação do Piso.
Fonte: Agência Chasque
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