quarta-feira, 23 de abril de 2008

Os professores e as podres e pobres mentiras da mídia

João Antonio Felício
é secretário de Relações Internacionais da CUT

Cada vez mais execrado, com seu nome transformado em símbolo do caos que desgovernou boa parte do Continente nas últimas décadas, o neoliberalismo vai se transformando numa religião sem seguidores, como bem o demonstra o recente resultado das eleições no Paraguai, que se soma à decisão soberana reafirmada nas ruas e nas urnas de vários países deste Sul da nossa América.

O que resta é o altar do sacrifício e as marcas de sangue e dor deixadas pelas privatizações, desregulamentações e flexibilizações que, desossando o filé do patrimônio nacional para engordar meia dúzia de cartéis e monopólios, em sua quase totalidade estrangeiros, multiplicaram a fome, a miséria e a violência.

Felizmente, na atualidade, afora alguns poucos apóstolos desastrados do Deus mercado, como o governador José Serra, que ainda a pouco tentou sem sucesso entregar a Companhia Energética de São Paulo (CESP), encontram-se em extinção figuras dispostas a bater numa tecla de sons cada vez mais ridículos e constrangedores. Mesmo o governo norte-americano, que tantas loas teceu à capacidade de auto-regulamentação do mercado, diante da crise que bate à sua porta apelou para os cofres públicos, com centenas de bilhões de dólares, na tentativa desesperada de evitar a quebra da economia.

A discurseira era pura propaganda, evidentemente, sempre foi da boca pra fora. O argumento servia para enganar incautos, enquanto as empresas dos países centrais abocanhavam parcelas expressivas das riquezas do, chamado por eles, Terceiro Mundo, sem qualquer reação dos Estados nacionais que deveriam agir para preservá-las. No caso do Brasil de FHC, a situação foi ainda pior, com o maior banco público de fomento do mundo, o BNDES, sendo desvirtuado para investir na desnacionalização da economia e financiar o criminoso processo de privatização. Um assalto de grandes proporções e trágicas conseqüências, que só agora, à medida que o país vai tomando consciência, começa a ser revertido com a retomada do papel indutor do Estado, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

http://www.cut.org.br/site/start.cut?infoid=17575&sid=21

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