terça-feira, 8 de julho de 2008

TIO REI NÃO GOSTOU DAS PRISÕES FEITAS PELA PF. ELE ALEGA QUE SÃO "RICOS" E PRISÃO É PARA O PT E A GENTALHA!

Estado democrático e de direito, sim; estado policial, não!

Se Daniel Dantas, Naji Nahas e Celso Pitta forem culpados, que apodreçam na cadeia. Não lhes dedicarei um suspiro de tristeza ou de melancolia. Eu lamento é que outros, que estão arrotando moralidade aqui fora, não estejam também do lado de lá das grades, isto sim. O mal do Brasil, desde Padre Vieira, no século XVII, não está nos enforcados, mas nos que enforcam. .

Mais uma vez, um espetáculo vergonhoso protagonizado pela Polícia Federal. Está errado. Posso até achar que o lugar dessas três notórias figuras seja a cadeia, mas não cabe à PF montar uma operação literalmente midiática para efetuar as prisões. Especialmente porque estamos falando de prisões temporárias — inicialmente, de cinco dias —, daquelas decretadas “para não prejudicar a investigação”, o que já é um critério discutível porque força o investigado a colaborar com o que pode prejudicá-lo. Renderia já um bom debate.

Tanto pior se as prisões são feitas sob os holofotes, para dar a impressão de que este é um governo que realmente “põe os ricos na cadeia”. Seja Naji Nahas, seja o Mané da Esquina, qualquer um tem o direito de saber por que está sendo preso. Sempre aponto os males que o petismo faz às instituições brasileiras. Um deles, o principal, sem dúvida, é a impunidade garantida aos companheiros — VOCÊS JÁ VIRAM ALGUM PETISTA ALGEMADO? O outro é estimular esse pega-pra-capar, usando a PF para fazer política, para dar a impressão de que, desta feita, temos um governo sério, que também “pega os ricos”.

Na casa de Nahas, o espetáculo foi exemplar. Policiais escalaram o muro da casa, diante das câmeras atentas.

Essa polícia midiática, incapaz de executar uma operação em segredo, e uma das heranças das passagem de Márcio Thomaz Bastos pela instituição — e Tarso Genro dá continuidade.



Ainda no Primeira Leitura, apontei o teatro armado para prender a empresária Eliana Tranchesi: a mulher abriu a porta de casa, com cara de sono, diante de um aparato militar que nem Fernadinho Beira-Mar mereceu, com as luzes das câmeras nos olhos.
PERFIL NA VEJA: Eliana Tranchesi, 47 anos, loira, bonita, bem-cuidada, "consumista fissurada em bolsa e sapato". Eliana vem de família rica e, em tese, nem precisaria trabalhar, não fosse por uma anomalia biográfica: a certa altura da vida, descobriu-se uma comerciante de mão cheia. "Pois é: eu tenho tino para negócio. Foi uma surpresa para todos, para mim inclusive", revela. Foi esse tino que a colocou no comando de um conglomerado de luxo sem paralelos, no Brasil ou no exterior.


Que cada um de nós — eu, Eliana ou qualquer outro — arque com as conseqüências de seus atos, mas uma polícia que decide ser exemplar em alguns casos, para se exibir à opinião pública, não promove justiça, não, mas justiçamento, que nada tem a ver com democracia ou com eficiência.

De resto, não custa lembrar: quanta “eficiência” a deste governo quando se trata de inimigos ou de “ricos” que açulam os mais baixos instintos de uma espécie de vingança de classe!!!

O problema das ações da PF é que elas deixam mais apreensivos os adversários do governo do que os bandidos. Até porque há bandidos que são seus aliados, não é mesmo?


TIO REI

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