terça-feira, 21 de outubro de 2008

Em nova gravação, perito não identifica tiro antes de invasão


Profissional avalia 12 minutos de imagens feitas no local do seqüestro.
Quatro policiais confirmaram ter ouvido disparo, o que motivou ação.

O perito independente Ricardo Molina analisou uma gravação mais prolongada do que a que ele já tinha analisado dos minutos que antecederam a invasão do apartamento. A gravação analisada nesta terça-feira (21) foi iniciada 12 minutos antes da explosão. Também nela, o perito não identificou nenhum tiro antes da explosão.


A seqüência foi registrada por uma câmera posicionada na entrada da escola pública em Santo André, que foi transformada em base de operações da PM durante o seqüestro. O equipamento transmitia imagem e som em tempo real e sem interrupções. Os sinais foram captados na sede da TV Globo em São Paulo.

O cinegrafista aponta a câmera para o fim da rua. Um quarteirão e meio separa o ponto onde estava o equipamento do prédio onde fica o apartamento de Eloá. Nas imagens mostradas no Jornal Nacional de sábado (18) e no Fantástico de domingo (19), as câmeras tinham sido ligadas 70 segundos antes da explosão. Nesse tempo não se ouve tiro algum disparado dentro do apartamento.

Esta outra câmera estava ligada 12 minutos antes do início da ação. E, novamente, durante esse tempo, nenhum disparo pôde ser captado pelo microfone da câmera, como comprovaram testes de computador.

Mas o microfone foi capaz de registrar os quatro tiros já detectados em outras imagens: todos disparados depois da explosão, mas antes de os policiais entrarem no apartamento.

Em entrevista ao Jornal Nacional de segunda (20), o capitão da PM que negociou o seqüestro confirmou que os comandados só decidiram pela invasão depois de ouvir um tiro no apartamento de Eloá.

O perito foi informado de que o tenente que decidiu pela invasão ouviu disparo por volta de seis da tarde, cerca de oito minutos antes da explosão. E reitera o resultado da análise que ele fez no novo áudio ininterrupto captado a um quarteirão e meio do prédio de Eloá. “Não há nenhum indício, nem remoto de qualquer som que pudesse parecer um disparo nestes 12 minutos que antecedem a explosão”, disse.

O tenente Paulo Sérgio Schiavo e os outros quatro policiais que participaram da invasão ao apartamento de Eloá foram proibidos de dar declarações. O comando da PM também disse que não vai se pronunciar sobre esse assunto enquanto durarem as investigações da Polícia Civil e da própria polícia.

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