quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Tomou chá de CHUCHU

Salvador - Depois de ter largado na frente na corrida pela Prefeitura de Salvador, o candidato do PSDB, Antonio Imbassahy, iniciou uma campanha "à la Alckmin", como definem seus correligionários. Assim como o candidato tucano a prefeito de São Paulo, Geraldo Alckmin, que também largara na frente, o baiano apostou nos atributos pessoais de administrador testado. A estratégia revelou-se ruim para ambos, a ponto de tucanos paulistas e baianos já os considerarem cartas fora do baralho eleitoral.

A exemplo do que fez Alckmin, Imbassahy apresentou-se ao eleitor como opção do agrado do governador, Jaques Wagner (PT). O problema é que o PT de Wagner tem candidato próprio em Salvador, da mesma forma que o preferido do grupo do governador José Serra (SP) é o prefeito do DEM, Gilberto Kassab, que disputa a reeleição. O resultado é que nem Alckmin nem Imbassahy convenceram o eleitorado. Ao contrário, despencaram nas pesquisas de intenção de voto.

Hoje, em Salvador, quem está em ascensão é o prefeito João Henrique (PMDB) - subiu seis pontos no Ibope divulgado segunda-feira, chegando a 20% das intenções de voto, a mesma percentagem de Pinheiro. Ambos estão atrás de ACM Neto (DEM), que tem 28% das intenções de voto. Henrique começou a campanha em quarto lugar, mal desbancou Imbassahy - o tucano caiu 5 pontos no último Ibope e está com 13% das intenções de voto.

A diferença entre Salvador e São Paulo é que a tendência do PSDB baiano é liberar o voto dos tucanos, enquanto os paulistas querem fechar apoio a Kassab. Mas também há divisões no PSDB da Bahia. Tanto é assim, que uma ala do partido em Salvador preferia que Imbassahy tivesse se aliado ao DEM de ACM Neto, que hoje lidera a corrida municipal e é tido como presença certa no segundo turno da campanha da capital baiana.

O DEM chegou a oferecer apoio à candidatura do dissidente do carlismo, que deixara o grupo depois de se eleger prefeito pelo antigo PFL. Neto só queria indicar o vice de Imbassahy, mas diante da recusa, preferiu sair candidato a prefeito. E lançou-se com toda a garra e na condição de único candidato de oposição ao PT local. "No segundo turno nós vamos procurar todos, inclusive o deputado Jutahy. O eleitorado tucano vem pra gente, sem dúvida, porque o eleitor sabe que só na Bahia existe esta aliança esdrúxula com o PT", aposta o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA).

As relações perigosas da política baiana não param aí. Que o diga o ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (BA), que hoje luta para reeleger o prefeito com uma campanha anti-petista. Inconformado com o fato de o PT ter participado do secretariado de João Henrique e rompido a aliança para disputar a corrida municipal, Geddel aposta que seu candidato, em segundo lugar nas pesquisas, está em ascensão e não ficará fora do segundo turno. Se ficar, o PT do presidente Lula e do governador Jaques Wagner terá de disputar seu apoio com o DEM de ACM Neto, que vem mantendo a liderança desde o início da campanha.

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