DA AZIA À MÁ DIGESTÃO
Por mais inadequada que tenha sido a declaração do presidente Lula de que não lê jornais para não ter azia, a reação de boa parte da imprensa, visivelmente incomodada com a ironia, foi de desqualificação e rancor, quando deveria suscitar a reflexão sobre a relevância dos jornais se são, de fato, ignorados pelo presidente.
Espaço foi dado a personagens sem importância, questionando como o presidente poderia conduzir o país e enfrentar a crise sem ler os jornais. Tentou-se apresentar o presidente como inapto para o cargo ou como um ditador que não tolera críticas, quando a realidade é bem diferente. Lula navega numa aprovação de 80% e está envolvido no debate de todas as grandes questões da atualidade, da liberalização do comércio à reforma das Nações Unidas, do combate ao terrorismo à crise financeira global.
Em telefonema a Lula, em novembro, o novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama disse que o Brasil é um líder mundial. Pesquisa do Latinobarômetro, do Chile, no mesmo mês, apontou Lula como o ibero-americano mais bem avaliado, à frente do rei Juan Carlos e do primeiro-ministro espanhol, José Luis Zapatero.
“Lula colocou o Brasil no cenário internacional e a América Latina foi junto e reconhece isso”, comentou a diretora do Latinobarômetro, à época. O Banco Mundial também já classificou Lula como um dos grandes líderes do mundo.
Portanto, seria um equívoco apresenta-lo como despreparado por não ler os jornais. A imprensa brasileira não gosta de crítica e tende a reagir corporativamente. Mas se o presidente não lê os jornais e é considerado um líder tão importante, alguma coisa pode estar errada com eles. Talvez Lula não veja nos jornais a pluralidade e o debate importante da realidade brasileira, que poderia ajudar em suas decisões. Talvez identifique uma oposição sistemática a ele que o leva a recorrer a outras fontes de informação.
Lula não é o dono da verdade, mas se pensou assim não teria passado tão longe dela. Os jornais são, em geral, uniformes na visão do atual governo e, em muitos casos, até preconceituosos. Sem falar de uma atuação muitas vezes tendenciosa nos processos eleitorais, invariavelmente contrária a Lula.
A azia de Lula provocou má digestão na imprensa, que vomitou suas críticas habituais. O sal de frutas poderia ser uma revisão da cobertura política, com análise profunda dos prós e contras, para que os jornais voltem a ser leitura indispensável de qualquer líder político.
Por mais inadequada que tenha sido a declaração do presidente Lula de que não lê jornais para não ter azia, a reação de boa parte da imprensa, visivelmente incomodada com a ironia, foi de desqualificação e rancor, quando deveria suscitar a reflexão sobre a relevância dos jornais se são, de fato, ignorados pelo presidente.
Espaço foi dado a personagens sem importância, questionando como o presidente poderia conduzir o país e enfrentar a crise sem ler os jornais. Tentou-se apresentar o presidente como inapto para o cargo ou como um ditador que não tolera críticas, quando a realidade é bem diferente. Lula navega numa aprovação de 80% e está envolvido no debate de todas as grandes questões da atualidade, da liberalização do comércio à reforma das Nações Unidas, do combate ao terrorismo à crise financeira global.
Em telefonema a Lula, em novembro, o novo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama disse que o Brasil é um líder mundial. Pesquisa do Latinobarômetro, do Chile, no mesmo mês, apontou Lula como o ibero-americano mais bem avaliado, à frente do rei Juan Carlos e do primeiro-ministro espanhol, José Luis Zapatero.
“Lula colocou o Brasil no cenário internacional e a América Latina foi junto e reconhece isso”, comentou a diretora do Latinobarômetro, à época. O Banco Mundial também já classificou Lula como um dos grandes líderes do mundo.
Portanto, seria um equívoco apresenta-lo como despreparado por não ler os jornais. A imprensa brasileira não gosta de crítica e tende a reagir corporativamente. Mas se o presidente não lê os jornais e é considerado um líder tão importante, alguma coisa pode estar errada com eles. Talvez Lula não veja nos jornais a pluralidade e o debate importante da realidade brasileira, que poderia ajudar em suas decisões. Talvez identifique uma oposição sistemática a ele que o leva a recorrer a outras fontes de informação.
Lula não é o dono da verdade, mas se pensou assim não teria passado tão longe dela. Os jornais são, em geral, uniformes na visão do atual governo e, em muitos casos, até preconceituosos. Sem falar de uma atuação muitas vezes tendenciosa nos processos eleitorais, invariavelmente contrária a Lula.
A azia de Lula provocou má digestão na imprensa, que vomitou suas críticas habituais. O sal de frutas poderia ser uma revisão da cobertura política, com análise profunda dos prós e contras, para que os jornais voltem a ser leitura indispensável de qualquer líder político.
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